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sexta-feira, setembro 30, 2005

Federico Felino, o Fellini, pós amigos




Eu vou apanhar a truta, eu vou apanhar a truta!


Porto, Setembro de 2005
Fotografias de Manel da Truta...


Não, espera, eu vou é arrochar na truta, que é bem melhor...


... e de P.

Maria, Maria, mistura a dor e a alegria

Conheci-a este verão e rapidamente lhe ganhei afecto. Também cantora, também actriz, os poucos dias que com ela passei no Meco foram o suficiente para lhe sentir a energia e pensar que algo me dizia que a gaja só podia ser boa no que fazia. Há assim uns palpites que nos surgem não se sabe bem de onde, de uma empatia talvez, de uma bizarra e inexplicável sensação de reconhecimento. E a verdade é que se revelaram acertados. No meu aniversário, há um mês, a Mariana Abrunheiro ofereceu-me o disco Soltar a Língua, do Trigo Limpo-ACERT, onde a sua voz brilha, onde parece que a vemos sorrir. Bem me parecia, pensei contente logo à primeira audição. Ontem fui ao Luso Café, fazer a minha prova final. Como eu esperava, foi noves-fora-zero.



O espectáculo "Marias", que a Mariana e o Rúben Alves têm apresentado por Lisboa - e esperemos que por aqui não se fiquem - passeia por três belíssimos textos e um repertório maravilhoso, em que na quente cama para si feita pelo Rúben, a voz da Mariana se estende, rebola, dança e grita. Rúben Alves é um pianista seguríssimo, sem medo de arriscar mas sem arroubos de virtuosismo a despropósito, com uma apuradíssima sensibilidade e uma nítida sintonia com a sua cantora. A comunicação entre ambos envolve o público, constantemente arrastado pela presença e pelo olhar cúmplice da Mariana. Os seus recursos são muitos e inteligentemente usados, e é um bálsamo, em dias como estes em que as jovens cantoras se especializam num registo mais ou menos interessante - o mais das vezes, menos - ouvir alguém que se diverte com a voz, que brinca com os registos, com os estilos e com os timbres, bem servindo as palavras, em partilha e disponibilidade. E ontem tivemos ainda como brinde essa voz esmagadora de José Medeiros. Se eu já estava emocionad@ a ouvir a Mariana, quando o Zeca Medeiros abriu a boca lá veio a teimosa lagriminha que gosta de assistir a estas coisas do seu camarote ao canto do meu olho - mas isso é o costume, eu oiço aquela voz sempre vinda das profundezas da alma do seu dono e fico logo a tremer, acto contínuo.

A voz da Mariana também vem da sua alma, límpida, escura, burilada, rude, doce, triste, feliz. Temos cantora, senhores. Mais, temos artista. Mantenham-se atentos e tentem ir vê-la e escutá-la um dia. Talvez, como eu, saiam gratos e felizes.

quinta-feira, setembro 29, 2005

And now for something completely different...


Heath Ledge e Matt Damon, Os irmãos Grimm, profissão: vigaristas com especialização em lendas e crenças populares

Diferente, mesmo, já que, para começar, este é o filme mais linear que alguma vez vi sair da mente alucinada - ou alucinogénea - de Terry Gilliam. Mas apesar dessa linearidade tão alegremente dispensada por Gilliam no resto da sua onírica filmografia, este filme faz jus à caminhada desperta que o seu autor tem feito pela bruma dos misteriosos bosques do cinema. O argumento de Ehren Kruger é brilhante, doseando os vários elementos dos contos maravilhosos que todos conhecemos em diversas versões e materializações, brincando com as referências, trocando contextos e funções, para no fim da mistela chegar a uma espantosa e fantasiosa verosimilhança. E todo o imaginário de Gilliam, desde as animações pythonescas até aos desvarios de Brasil ou Twelve Monkeys, serve e é servido brilhantemente por esta história. Goza toda a sua grandiosidade imagética - com um leque de efeitos especiais comme il faut, ou seja, se não se quiser nem se dá por eles [sobretudo se, como eu, se passar várias cenas infantilmente agarrad@ à cadeira, com medo, felicidade e fascínio] - e encontra chão mais que propício à sua ironia. Com o gozo de uma criança, faz troça da superstição materialista [como lhe chama Denis de Rougemont] personificada no invasor francês - mais precisamente no brilhante Jonathan Pryce, num impecável snob racionalista francês que quer, pode e manda. Não escapa, do mundo real, o obscurantismo das mentes aldeãs por oposição com a ânsia de fantasia de Jacob Grimm/Heath Ledger; o garanhão italiano [ó Boss, esta até pareceu de propósito], especialista em técnicas de tortura que fariam um ouriço confessar que é um coelho, rápido no gritar para disfarçar a lentidão no pensar, enfim, um verdadeiro arquétipo; o poder arrogante - e as caves escuras de tortura e brutalidade que sustentam esse asseio iluminado que vem estabelecer a ordem entre os "bárbaros", um pouco como os generosos democratizadores têm feito no Iraque [aquele dependurado sob tortura que em plano de fundo vai pontuando o discurso do general que pretensamente representa a civilização é deliciosamente pythonesco]; e até temos direito a um cheirinho edipiano, na já esperada revelação da identidade do intrigante homem-lobo. Para além do saborosíssimo jogo que é topar todas as referências que surgem nos momentos mais insólitos - a minha vida nunca mais será a mesma, agora que sei que não foi o Capuchinho Vermelho que disse, Tens uma boca tão grande! e que o bicho em questão nem era um lobo, mas um cavalo amaldiçoado -, piscando-nos o olhos desfilam Hänsel e Gretel, a Gata Borralheira, a Bela Adormecida, o Gingerbread Man, a maçã da Branca de Neve, Rapunzel e a malvada rainha com seu espelho. Tudo em ambientes fascinantes e fantasmagóricos, em que à mais pura emoção do cinema e da fantasia fazem cócegas a ironia, o humor e a comprometida e absurda leveza de Terry Gilliam.


Com esta rainha, quem é que quer saber da Branca de Neve para alguma coisa?

Que mais acrescentar? Só, muito obrigad@, querido Pedro, por mais este convite.

quarta-feira, setembro 28, 2005

... Leva-as o vento.


Ribeira, Setembro de 2005
Fotografia de Manel da Truta

segunda-feira, setembro 26, 2005

Net freedom


via Renas

Há quem dedique o seu tempo à resolução de problemas prementes. Como os Repórteres Sem Fronteiras, que assim põem nas mãos dos espíritos livres que vivem sob todo o tipo de ditaduras uma ferramenta extraordinariamente valiosa. Ganhamos todos.

Hipocrisias

No mundo da moda é bom parecer-se perigoso, mas é péssimo ser-se apanhado em flagrante a sê-lo... Mais ou menos assim se resume hoje na Pública o "caso" Kate Moss. Todo este escândalo pateta me faz lembrar os contratos dos programas da Disney, por exemplo, que proíbem os apresentadores de serem vistos em público numa série de situações - não me lembro se os bares gay estão incluídos, mas tenho memória de conversas a propósito com colegas e da piada da praxe, "não vão os pais dos miúdos ver-te lá, eheheh..."


Fotografia de Mario Testino

Considerando que falamos do rosto marcante do polémico heroin chic dos anos 90, da nossa senhora do mito da anorexia fashion, sabendo das estreitas ligações entre a moda e as drogas da "alta" como a cocaína, e sobretudo olhando para esta mulher estonteante que só tem de posar maravilhosa para a objectiva de fotógrafos talentosos que, para bem dos costureiros, querem fazer pela vida e não só pela arte, às empresas que em aflição lhe cancelaram os contratos só me ocorre dizer: Get a life!

sábado, setembro 24, 2005

A ordem dos factores

Não é que eu me achasse especialmente interessante. Achava-te era a ti mais interessante que isto.

Dicotomia

O Porto. Entre o espaço amplo...


Casa da Música, Boavista

... e o aconchego.


Rua de Entreparedes
Fotografias de Manel da Truta

quinta-feira, setembro 22, 2005

Fui eu que acordei mal-dispost@...

... ou é absolutamente surreal que alguém que fugiu à justiça durante mais de dois anos seja posto em liberdade em poucas horas e possa candidatar-se a uma autarquia? Que sítio estupidamente mal-frequentado, este beco a que chamam Portugal.

Momento twilight zone do dia

Já não se pode consultar o continente on-line para ajudar a decidir o que é que se vai plantar na varanda...

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quarta-feira, setembro 21, 2005

Aqua

We send the Wave to find the Wave -
An Errand so divine,
The Messenger enamored too,
Forgeting to return,
We make the wise distinction still,
Soever made in vain,
The sagest time to dam the sea is when the sea is gone -


Emily Dickinson

O Bufo

Boas notícias das finanças, nada a pagar, uma boa fatia a receber. Parece que ainda não foi desta que me apanharam, ahahahahAHAHAHAHAHAH!!!!!!


Rua de Santo Ildefonso, Porto
Setembro de 2005
Fotografia de Manel da Truta

segunda-feira, setembro 19, 2005

De battre mon coeur s'est arreté





Há filmes de que sei que vou gostar só pelo título. Às vezes engano-me. Não foi o caso. Ainda lhe sinto a respiração. Os indizíveis. A incógnita da arte. O mistério da vida. Nem a boa consciência do desenlace é capaz de polir tão bruta e delicada pedra. Beleza e dureza. Mãos que tocam, mãos que amam, mãos que esmurram. E um actor embasbacante.

De tanto bater, o meu coração parou. Não poderia ter nome mais a propósito.

Leis de Murphy aplicadas à cozinha

1. Quanto mais empenho tivermos na confecção de determinado prato, mais intragável ele fica.

2. Quanto mais incomestível tiver ficado a tal refeição, mais suja terá ficado a cozinha.

3. Se colocarmos um avental, nunca o sujaremos. Mas experimentem tirá-lo uma vez que seja...

AAAAAAAAAAAAAaaaaaaaaaaarrrghhh!!

Acabei de fazer um corte na mão com uma folha de papel! Como eu odeio estes cortes... são os mais injustos! Doem à brava, mas parecem tão insignificantes que nem dá para cravar mimos sem perder toda a dignidade...

Post hermético após travessia nocturna da ponte do Infante

Foi quase um crime, desperdiçar uma lua destas. Não o dirias, ó enguia?

sexta-feira, setembro 16, 2005

Porto, Porto

No Porto, olhos estranhos espreitam-nos das varandas...


Travessa do Covelo

... e bizarras suicidas desafiam a vertigem.


Rua de São João

Mas no que toca a chamar os bois pelos nomes, é sabido, no Porto they do it better.


Rua dos Mártires da Liberdade
Fotografias de Manel da Truta

quinta-feira, setembro 15, 2005

Dois anos

Parabéns, miúdas!


Se não fosse o nosso querido rafeiro de pêlo rijo, velho companheiro deste trilho de tijolos coloridos, nem teríamos dado por ela. É assim com as coisas que fazem parte de nós, de tal modo que até parece que existem desde sempre. Antes do blog havia o clube. Antes do clube, havíamos nós, a conhecer-nos, em grupo e individualmente, no trabalho e na curtição, na comunicação por vezes tão subtil e presente que parece que nunca poderia ter sido de outra forma. A cada uma das minhas miúdas, que ocupam cantos tão especiais e insubstituíveis do meu coração, aqui deixo um beijo do tamanho de tudo o que já revelamos, partilhamos, amamos, odiamos, comovemos e aparvalhamos neste acolhedor viveiro. T., R. e Ra. Convosco tenho partilhado e recebido coisas muito especiais e profundas, tenho duvidado, pensado, fruido e crescido. Sem vocês sei que as águas da minha vida seriam um pouco mais turvas. Adoro-vos. J.

De volta ao terreiro

O olho de Ricardo Pais. A loucura de Alfred Jarry. As canções de Sérgio Godinho. O surrealismo do poder, a ganância alarvemente atolada na merdra. O gordo talento de João Reis. Todos nós em delírio folclórico, em rancho alucinado e infantilizado - pois quem, senão um povo infantilóide, poderia secundar tal líder?

De 16 a 25, no espaço clássico e lindíssimo do Teatro Nacional de São João, no Porto, a relva alastra, dança-se o vira, tocam-se zés-pereira e faz-se saltar miolos como quem muda de camisa. E ai de quem não andar direito! Vai p'rá sacocha, com torção do nariz e dos dentes. Pancichouriça! O rei aqui chama-se UBU!

Desta vez, para variar mesmo, mandem-me à MERDRA!

Só para vos picar: ontem vi a montagem final do DVD que será comercializado pelo TNSJ e só vos digo... é tão bom que até dói!...

Hotel II


O que pode ficar num quarto de hotel, não sei. O que fica de um quarto de hotel? Isto, talvez...



... e a Lua, quase cheia, que vem a caminho da moldura da janela.

Tell us something new...

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Hotel



Que pode ficar num quarto de hotel? Se os cheiros nem de um dia para o outro se mantêm. Sempre o cheiro a lençóis lavados - ou a detergente, se for um dia-não -, a ventilador, a tabaco ou a um intrépido queimador baratucho de aromaterapia, pelejando em clima hostil.

Que pode ficar aqui? Memórias? De umas e outras noites, de noites tão diferentes, de silêncio, descanso, trabalho, amor e amores, cansaço, preocupação e satisfação, algumas gargalhadas, alguns suspiros. Sim. Tudo isso. Tudo o que será arrumado logo após o check out. E eventualmente esquecido com o número na porta.

.......

Tenho mais duas semanas. Acho que amanhã vou pedir às senhoras da limpeza que não me mudem os lençóis todos os dias.

quarta-feira, setembro 14, 2005

Viela da Cadeia



Rua Chã (Antiga Viela da Cadeia), Porto
12 de Setembro de 2005
Fotografias de Manel da Truta

terça-feira, setembro 13, 2005

Obsessão auditiva do momento


Ornatos Violeta - O Monstro Precisa de Amigos


O meu leitor de mp3 já deve estar tão farto... ou então também já se apaixonou pelo sotaque do Manel Cruz!

Eu bem vos disse que útil era votar à esquerda do PS...

... mas o pessoal gosta mesmo é de passar sempre o mesmo filme.


roubado ao Pedro

segunda-feira, setembro 12, 2005

Le Chat Noir


Sombra, Agosto de 2005
Fotografia de Manel da Truta



Los animales fueron
imperfectos,
largos de cola, tristes
de cabeza.
Poco a poco se fueron
componiendo,
haciéndose paisaje,
adquiriendo lunares, gracia, vuelo.
El gato,
sólo el gato
apareció completo
y orgulloso:
nació completamente terminado,
camina solo y sabe lo que quiere.


El hombre quiere ser pescado y pájaro,
la serpiente quisiera tener alas,
el perro es un león desorientado,
el ingeniero quiere ser poeta,
la mosca estudia para golondrina,
el poeta trata de imitar la mosca,
pero el gato
quiere ser sólo gato
y todo gato es gato
desde bigote a cola,
desde presentimiento a rata viva,
desde la noche hasta sus ojos de oro.


No hay unidad
como él,
no tienen
la luna ni la flor
tal contextura:
es una sola cosa
como el sol o el topacio,
y la elástica línea en su contorno
firme y sutil es como
la línea de la proa de una nave.
Sus ojos amarillos
dejaron una sola
ranura
para echar las monedas de la noche.


Oh pequeño
emperador sin orbe,
conquistador sin patria,
mínimo tigre de salón, nupcial
sultán del cielo
de las tejas eróticas,
el viento del amor
en la intemperie
reclamas
cuando pasas
y posas
cuatro pies delicados
en el suelo,
oliendo,
desconfiando
de todo lo terrestre,
porque todo
es inmundo
para el inmaculado pie del gato.


Oh fiera independiente
de la casa, arrogante
vestigio de la noche,
perezoso, gimnástico
y ajeno,
profundísimo gato,
policía secreta
de las habitaciones,
insignia
de un
desaparecido terciopelo,
seguramente no hay
enigma
en tu manera,
tal vez no eres misterio,
todo el mundo te sabe y perteneces
al habitante menos misterioso,
tal vez todos lo creen,
todos se creen dueños,
propietarios, tíos
de gatos, compañeros,
colegas,
discípulos o amigos
de su gato.


Yo no.
Yo no suscribo.
Yo no conozco al gato.
Todo lo sé, la vida y su archipiélago,
el mar y la ciudad incalculable,
la botánica,
el gineceo con sus extravíos,
el por y el menos de la matemática,
los embudos volcánicos del mundo,
la cáscara irreal del cocodrilo,
la bondad ignorada del bombero,
el atavismo azul del sacerdote,
pero no puedo descifrar un gato.
Mi razón resbaló en su indiferencia,
sus ojos tienen números de oro.

Pablo Neruda, Oda al gato

Entre margens





Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruida,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Sò tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.





O jovem Alexandre conquistou as Indias
Sózinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitòria.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?


Ponte D.Luís I, 12 de Setembro de 2005
Fotografias de Manel da Truta


Tantas histórias
Quantas perguntas

Bertold Brecht,Perguntas de um operário letrado

Constatação sobre lençol branco

Os corpos vão-se, mas o cheiro fica.

domingo, setembro 11, 2005

Generation Gap frente à solene entrada do Teatro Nacional de São João

O velhote para o puto, "Seu jarbardo de merda!" e logo o fedelho, "Jabarda é a tua tia! Jabarda é a tua tia da Areosa!". E pronto.

Fico a pensar se o insulto é ser da Areosa, que não sou versad@ nas rivalidades da zona, confesso. Mas não consigo deixar de me deliciar com tão saboroso pedaço de diálogo intergeracional. A Praça de Batalha em todo o seu esplendor. Hoje não tinha mórmones, mas estava pejadinha de marinheir@s ofuscantes de alvura da cinta para baixo. Mas qual Fellini, qual quê!?...

sábado, setembro 10, 2005

Para o Bruce, que acertou em cheio...

... e que até é capaz de me compreender quando digo que The meaning of life é o filme da minha vida.



Então cá vai, por Mr.Eric Idle, a genial Galaxy Song.

Whenever life gets you down, Mrs. Brown,
And things seem hard or tough,
And people are stupid, obnoxious or daft,
And you feel that you've had quite eno-o-o-o-o-ough,

Just remember that you're standing on a planet
That's evolving
And revolving
At nine thousand miles an hour.
It's orbiting at nineteen miles a second,
so it's reckoned,
'Round the sun that is the source of all our power.
Now the sun, and you and me,
and all the stars that we can see,
Are moving at a million miles a day,
In the outer spiral arm,
at fourteen thousand miles an hour,
Of a galaxy we call the Milky Way.

Our galaxy itself contains a hundred million stars;
It's a hundred thousand light-years side to side;
It bulges in the middle
sixteen thousand light-years thick,
But out by us
it's just three thousand light-years wide.
We're thirty thousand light-years
From Galactic Central Point,
We go 'round every two hundred million years;
And our galaxy itself is one of millions of billions
In this amazing and expanding universe.


Our universe itself keeps on expanding and expanding,
In all of the directions it can whiz;
As fast as it can go,
that's the speed of light, you know,
Twelve million miles a minute
And that's the fastest speed there is.
So remember,
when you're feeling very small and insecure,
How amazingly unlikely is your birth;
And pray that there's intelligent life
Somewhere out in space,
'Cause there's bugger all down here on Earth!

quinta-feira, setembro 08, 2005

Partículas dos anéis de Saturno são como bolas de neve fofas




Tripei a ler esta notícia. Até me desatei a rir com aquela lua maluca que já chocou com o anel F duas vezes este ano. Imaginem a cena, uma luazinha a abrir entre flocos fofos, uhuuuuu, e tunga!, afinal estava lá o F.



O universo pode ser o que quisermos, realmente. Um imenso e maravilhoso mistério, um assustador poço sem fundo, um écran de comédia, uma inquietação, uma criança correndo na neve, um turbilhão de criação e destruição. Quanto mais o compreendermos e classificarmos, mais nos fintará e fará nascer novas e colossais interrogações. E nós damos-lhe nome, mas também dele fazemos parte. Pó de estrelas, espirais de energia. Não é maravilhoso?

Gato Doméstico



"Agrada-me estar entre mulheres bonitas.
P'ra quê mentir sobre coisas destas?
Volto a dizê-lo:
Agrada-me conversar com mulheres bonitas
Embora não digamos senão tolices.

O ronronar das invisíveis antenas
É estimulante e delicioso ao mesmo tempo."

Ezra Pound, trad. João Barrento


Maus Hábitos, Porto
Setembro de 2005
Fotografias de Manel da Truta

There's room for everybody!



Praça da Batalha, Porto
6 de Setembro de 2005 [ou qualquer outro dia de sol]
Fotografias de Manel da Truta

quarta-feira, setembro 07, 2005

Quase brancos, quase pretos de tão pobres...



visto no Renas

Quando você for convidado pra subir no adro da
Fundação Casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos
E outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se olhos do mundo inteiro possam
estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque, um batuque com a pureza de
meninos uniformizados
De escola secundária em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada
Nem o traço do sobrado, nem a lente do Fantástico
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém
Ninguém é cidadão
Se você for ver a festa do Pelô
E se você não for
Pense no Haiti
Reze pelo Haiti

O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui

E na TV se você vir um deputado em pânico
Mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo
Qualquer qualquer
Plano de educação
Que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização
do ensino de primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua
sobre um saco brilhante de lixo do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo diante da chacina
111 presos indefesos
Mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos
Ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres
E todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba
Pense no Haiti
Reze pelo Haiti

O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
Caetano Veloso e Gilberto Gil, letra de Caetano Veloso

Pois é, não é, oh yeah!...

"...so many of the people in the arena here, you know, were underprivileged anyway [...] so this is working very well for them."
Barbara Bush, acerca de New Orleans, dizendo provavelmente o que todo o clã pensa mas não diz.

É assim, meus amigos. Contrariamente ao que nos querem fazer crer, nem todas as catástrofes naturais são democráticas. E eles, os vermes que mandam no mundo, sabem-no bem. Trata-se apenas de uma escolha...

...porque os pobres são como podres/e todos sabem como se tratam os pretos.


Adenda: como tão acertadamente diz o meu mano Possante, Lembremo-nos ainda que é a ela que nos referimos quando falamos do George W. e dizemos "Puta que o pariu..."

terça-feira, setembro 06, 2005

À mesa em Timor


Quinta da Atalaia, 3 de Setembro de 2005
Fotografia de Manel da Truta

Timor, Atalaia, Seixal




A Imaculada não está zangada. Só que trabalhar ao lado do homem mais bonito da Festa do "Avante!" põe-na nervosa...

Fotografias de Manel da Truta

Olhos de menino


Urbano Tavares Rodrigues
Quinta da Atalaia, 3 de Setembro de 2005
Fotografia de Manel da Truta

segunda-feira, setembro 05, 2005

Post em vermelho-sentimental

O único problema de ter vindo ontem para o Porto é que da Batalha não se vêem os fogos da Atalaia. Nem se escuta a Carvalhesa

sexta-feira, setembro 02, 2005

He's pissed... and he's got the guts to say it out loud.


Ray Nagin, mayor de Nova Orleães

O terceiro-mundismo, também aqui se prova, não é questão económica, mas de opção. Como tudo na vida. O que vale é que às vezes damos com pessoas que até nos fazem acreditar na política como serviço público e não pé-de-meia privado. Cá está um desses casos. Vale a pena ler.