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domingo, setembro 21, 2003

Praia do Almoxarife, Faial, 19 Agosto 2003
Fim da tarde


Doem-me os pés. Estive no meio das nuvens, encharcado até aos ossos, duvidei seriamente das minhas capacidades para chegar ao ponto mais alto de Portugal. Mas cheguei. Pisei a cratera e vi as nuvens de cima. Almocei e deixei-me secar ao sol, como uma pele a curtir.

O Pico é poderoso, agreste e generoso. Com a altitude muda de caras e de cheiros, os fetos que nos dão as boas-vindas na base vão cedendo lugar ao lilás pequeno das urzes e aos musgos resistentes. Pelo caminho cruzam-se caminhantes e caminheiros, trocam informações, sorrisos, cumplicidades e bons augúrios.
Boa descida!
Boa subida!

E finalmente a caldeira, a cratera. Surge inóspita e colossal, mas abriga-nos e acolhe-nos no calor forte do Sol por sobre as nuvens de cujas entranhas saímos ensopados.

Mais cem metros e estaria no Piquinho, o ponto mais alto, mas a ganga molhada prende os movimentos e a coragem também ficou a curtir ao sol. Vejo o Pedro e o Filipe escalando e ali me fico, sobrevoando o mundo. E estou feliz.

E as encostas do Pico recebem-nos de novo, levam-nos pela mão. E de novo o coração das nuvens, e de novo a chuva, e de novo o sol, e de novo o coração das nuvens. E de novo o sol, e a bocarra da Furna escancarada para nós. E os fetos e as giestas. E caminhantes que agora se fazem ao dorso rochoso do vulcão adormecido, prestes a tornarem-se personagens de mais um sonho. Como nós antes deles. Como outros que agora descem e nos rochosos abrigos do sonho pernoitaram.

E depois uma esplanada na Madalena e algum merecido repouso. E depois bom tempo no canal onde o mar não tem marés a medir. E o ilhéu deitado e o ilhéu de pé. E a fenda que afinal é golfinho que afinal é santa. E os cagarros nadando e voando e planando contra o vento, os cagarros ainda em silêncio porque a luz do dia os abraça.

E o Faial. E a oferta do Filipe, que foi afinal muito maior do que dois cadernos nepaleses feitos à mão a partir de lokta, uma planta que cresce entre os 3500 e os 4000 metros de altitude.

E nós. Felizes.