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segunda-feira, setembro 22, 2003

A síndrome do macho latino

Depois de toda a polémica, o maestro Miguel Graça Moura ficará mesmo à frente dos destinos da AMEC - Associação Música Educação e Cultura, que tutela a Orquestra Metropolitana de Lisboa e cinco escolas agregadas, entre as quais a Academia Nacional Superior de Orquestra. A proposta que poderia ter levado à sua destituição foi chumbada com 14 votos contra e 11 a favor.
Depois de o jornal EXPRESSO ter denunciado uma altamente condenável utilização dos dinheiros da Orquestra Metropolitana para fazer face a despesas pessoais, eu penso que esta desculpabilização do maestro só se poderá justificar pelo interessantíssimo fenómeno que constitui a “síndrome do macho latino”.
Repare-se:
As tais despesas pessoais incluíram mesquinhices como desbaratizações (?!), contas de água, luz e telefone (que, ao que parece, chegavam a atingir as centenas de contos por mês), artigos de cozinha (blargh! esta fez-me imaginar MGM de avental, em frente ao seu novíssimo trem de cozinha patrocinado pela Orquestra Metropolitana...), artigos para o lar (nem imagino o quê! nem quero, na verdade...) e botões de punho em ouro no valor de 100 contos. Se a lista ficasse por aqui, não tenho qualquer dúvida de que o maestro seria imediatamente posto na rua. Mas não fica! A Orquestra patrocinou ainda ao maestro estadas em hotéis da zona de Lisboa, como o Hotel Albatroz, em Cascais (50 contos por noite), e no Ceasar Park de Sintra (duas diárias que custaram 144 contos e, de outra vez, uma noite de 96 contos), passagens aéreas e estadas «no estrangeiro», sem especificação do destino ou do motivo, um vestido (!) e viagens a Portugal pagas a três cidadãs estrangeiras (de quem, curiosamente, nunca ninguém ouviu falar). Pois aqui é que ele se safou! No momento da votação, todos os homens presentes devem ter sentido uma profunda admiração pelo maestro. “Ao menos se eu me tivesse lembrado de fazer o mesmo...” Nesse momento, os votantes esqueceram o trem de cozinha e as desbaratizações e votaram no maestro. “Um gajo assim honra a classe!”

No fundo, foi o mesmo fenómeno que desculpou Tomás Taveira... e o mesmo que levou Jô Soares a perguntar a Marta Suplicy, prefeita de São Paulo, se ela usava “calcinha vermelha” (só porque, segundo dizem, a prefeita é uma mulher modernaça e bem-disposta). Ao que ela lhe perguntou se também tinha demonstrado interesse pelas cuecas de Fernando Henrique Cardoso quando foi ele o convidado. E bem.