Afinal, de quem é a culpa?
No Barnabé, um post muito a propósito, do Daniel Oliveira. Estranhamente, o único comentário presente é o meu. Se calhar a Constituição é mesmo uma coisa muito abstracta...
Quando oiço as dissertações da direita portuguesa - donde, dos nossos governantes - sobre a Constituição, até sou capaz de jurar que o melhor para o avanço do país e da sociedade é nem haver Constituição nenhuma! P'ra quê? Leis e direitos fundamentais, igualdade de oportunidades independentemente de raça, credo ou orientação sexual, repúdio das penas de vingança - prisão perpétua, pena de morte - em favor das penas de justiça, etc. etc. etc., mas por alma de quem, para quê? As empresas também não têm Constituição, e uma vez que são elas o modelo de modernidade e progresso que aparentemente temos de seguir, podemos começar já por aí. Ai, mestre JHF, a falta que fazes a esta gente esquerdelha de vistas curtas! Afinal, nas sociedades esclavagistas não havia necessidade dessas perdas de tempo que são as lutas laborais, a segurança no trabalho, o direito a ter, ao menos, as necessidades básicas asseguradas, assistência social, saúde e educação públicas, mesmo a própria remuneração... Isso sim, é que era trabalho! Responsabilidade social! Sentido de Estado! Patriotismo!
Ó gentes de Portugal: aprendei com os escravos da história. O Spartacus nunca existiu! Deixai-vos de tretas e assumi de uma vez por todas que não sois pessoas, mas apenas e só força de trabalho para que quem manda possa fazer a vida a que acha que tem direito. Então seremos finalmente uma grandiosa nação, temente a Deus, vegetativa e suicidada!