Eu cá gosto do gajo!
Discordo do Crítico (não digo de Bach porque é a primeira vez que lhe vejo atribuída a tal citação, e eu desconfio sempre de afirmações sem menção da respectiva fonte)... Se o músico for realmente bom e conseguir formar o público, há-de haver uma altura em que se torna popular, ou não? Ou o músico tem de andar sempre à frente dos gostos do público? E isso não constitui uma dependência ainda mais disparatada em relação ao tal público?
Embirro um bocadinho com a Bartoli, mas reconheço que se trata de uma cantora extraordinária. E o Nigel Kennedy é um excelente violinista! Recuso-me a comprar o seu “Greatest Hits”, simplesmente porque não gosto de discos com retalhos (e a selecção do que é “greatest” é sempre mais que duvidosa), mas adoro as interpretações que faz de Brahms e de Sibelius. O lencinho na cabeça, à Axl Rose, o porte hooligan e o visual “radical” dizem-me tanto como o fatinho que os outros usam. O tipo é um violinista a sério, que por acaso também gosta de estar giro em palco e nas capas dos discos. São gostos. E isso não muda o que oiço.
É tão redutor consumir apenas produtos pouco conhecidos como ouvir só o que é “popular”.