Caprichos
Fala-se no Crítico do programa de Natal do Coro e Orquestra Gulbenkian, a Oratória de Natal, de Johann Sebastian Bach com concertos próximas quinta e sexta no Grande Auditório da Fundação, sábado no Europarque. O "caso"? A inclusão antes do coral final da III Cantata (a última do programa deste ano) da ária Flösst, mein Heiland, pertencente à IV Cantata, por mero capricho do soprano, que nas três primeiras só canta um dueto - é menos trabalho pelo mesmo dinheiro rapariga, pfff, eu nunca hei-de perceber esta gente...
Na realidade não tenho absolutamente nada a acrescentar ao que é dito neste e nos post anteriores, mas não posso deixar de manifestar a minha tristeza por este tipo de palhaçada ainda acontecer. Este desrespeito final e indecoroso à concepção estrutural daquele que é para mim o supremo arquitecto da música ocidental. Não se faz. É feio. É triste. É provinciano. É idiota.
É pena que isto tenha lugar num dos poucos redutos da boa música erudita em Portugal. Esperemos que o resto do concerto possa fazer relevar um pouco esta indesculpável presunção.