<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5669356\x26blogName\x3dThe+Amazing+Trout+Blog\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dTAN\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://theamazingtroutblog.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://theamazingtroutblog.blogspot.com/\x26vt\x3d7427130160736514488', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

terça-feira, março 23, 2004

Para P.

Aqui estou, novamente. Outro quarto, outra ala, já poucas me falta conhecer. Escolhi a vida que levo, que outra vida poderia querer quem sempre sonhou ser saltimbanco, jogral de filosofias, actor de palco pela vida fora? Tenho duas casas. A minha casa é verdade. Sobre a outra, a casa do mundo, sinto-me pairando, nunca ficando. E no entanto sei que a minha casa não é minha, só tudo o resto me pertence. O resto onde sinto que não fico.

Na minha casa estás tu. A minha casa é nossa. Mas a nossa casa não é nossa. Só o resto. Por isso pairo sobre esta cama, frente a esta janela com vista para uma janela com vista para esta janela. Porque à janela tu não estás e a cama não tem nem terá o teu cheiro e na ausência do teu cheiro se esvai a realidade destes lençóis. E no entanto dormirei. Ou pairarei sobre o sono, noutra noite sem a cadência do teu coração.

E a possibilidade da vida pairante é sorridente e leve, assim como as memórias que guardo dela. Simpáticas, posso dizê-lo. E sabê-las presentes dentro de mim é tudo aquilo de que este tronco precisa para saber que pode aguentar o risco de contigo querer partilhar raízes e solo.

Pairarei sobre o sono. Sem a cadência do teu coração.