Publicidade do nosso (des)contentamento
Não tenho preconceitos contra a publicidade: como tudo o que é obra humana, no geral é medíocre, muitas vezes é preconceituosa e às vezes é tão boa tão boa que mexe connosco como algumas formas de arte. Confesso, sinto um frio no estômago cada vez que vejo o filme da Optimus sobre o salvamento de uma baleia, por pouco real que seja a situação. É lindo. E é nada mais que publicidade.
Esta conversa vem a propósito dos posts do Misha e da Mente Assumida, muito certeiros na sua observação do preconceito. Nada tenho a acrescentar.
Só queria aproveitar para dizer que, em compensação, gosto muito desta campanha, bonita e sem merdas:
O sítio mais verde da Terra é a ilha havaiana de Kauai, cuja beleza natural supera a arquitectura de qualquer metrópole. A Torre Eiffel? Uma formiga, ao pé dos seus picos de lava vulcânica, recortados a negro contra o céu claro. O metro de Londres? Um buraco de agulha, perto das suas cavernas milenares. As auto-estradas alemãs de quatro pistas? Nada que se compare aos seus trilhos, abertos a catana na mata, que logo se cobrem de flores. Quanto aos shopping centers, escolhe um pelo mundo fora. Agora, tenta ir lá comprar ondas de 3 metros. Ou um arco-íris em promoção. Redes já presas em palmeiras. E camas de folhas de bananeira. Se não conseguires, lembra-te dos pensamentos Kauai, que regem a vida na ilha, onde tens tudo isto a céu aberto e uma sabedoria ancestral que não aceita cartões de crédito.
Peço desculpa pela qualidade das imagens, mas não consigo fazer melhor, não percebo porquê. Talvez o meu scanner não seja, realmente, uma das melhores coisas da vida...