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domingo, setembro 19, 2004

Bom domingo!

A Pública desta semana é de ler de fio a pavio. Sem passar por cima dos artigos sobre o Sudão [ao qual falta, a meu ver, uma perspectiva sobre a actuação dos "desenvolvidos" - e sobretudo da UE - face a uma realidade de guerra, repressão e carência extrema que parece não ter fim] e sobre os candidatos a secretário-geral do PS [fiquei com a pulga atrás da orelha: se João Soares também tem obra feita, por que razão apenas José Sócrates tem direito a rol exaustivo?... critérios...], os meus destaques não poderiam deixar de ser os três que se seguem.

A entrevista de Alexandra Lucas Coelho a Miguel Vale de Almeida é mais uma boa oportunidade para aproveitar a forma clara, fundamentada e honesta com que o Miguel sempre trata as questões sociais - qualidades da formação ou da essência ou ambas - e reflectir sobre a importância que a luta pelos direitos LGBT necessariamente tem numa sociedade que desejaríamos - e não encontramos - igualitária e justa. Sem o peso do preconceito na legislação, na vida pública, nas relações laborais, enfim, nos direitos humanos.

Os 40 anos da Mafalda, por Ana Sá Lopes. Terá desaparecido nas brumas da ditadura argentina, deixando a sua mãe na Praça de Maio, ou será hoje, como sempre aspirou, intérprete na ONU? Os pequenos perfis das personagens deixam-me com saudades daquela gente de quem gosto e com quem embirro de modo quase tridimensional. Os perfis de Filipe e das suas "laborações oníricas" e do pai dependente de Nervocalm são especialmente ternurentos. Don't mind me, nas mais diversas situações quotidianas e não só socorrem-me os axiomas mafaldianos, não sou de fiar. Mas melhor do que eu, e com uma ironia deliciosa, explicará a citação de Marcello Bernardi, autor do prefácio à edição italiana de Toda a Mafalda, a importância desta menina inteligente, atenta e pespineta, muito mais que uma simples contestatária: "É a ideologia da revolução total. A sua crítica não poupa nada, nem a organização social, nem as alquimias políticas, nem as leis económicas, nem a industrialização, nem a polícia, nem a escola, nem as instituições em geral. Nem o homem. Nada. (...) Nós, os poucos que pensávamos e pensamos como ela, sempre nos atormentámos com o medo de não sermos serenos, de sermos influenciados por rancores pessoais, de não vermos as coisas como estão. A Mafalda tranquilizou-nos. As coisas estão mesmo assim. Mal. Pessimamente mesmo."

E last but not you know what, a entrevista de Paulo Moura a Valérie Tasso, autora do livro Diário de uma Ninfomaníaca. Frases a reter: "Para uma mulher, viver livremente a sua sexualidade implica um grande sentimento de culpa. Para um homem não. (...) O medo de dizer as coisas anula a nossa liberdade. (...)[uma mulher que exerce a sua liberdade sexual será mais vulnerável a uma relação de dominação psicológica] Porque se sente sempre culpada, o que a leva ter um desejo inconsciente de regressar ao modelo convencional. Quando encontra alguém, deixa-se dominar porque se sente insegura, tem medo de ser uma marginal. [no fundo sempre procurou o seu príncipe encantado] para poder cumprir o objectivo vital para que me educaram." Quanto à prostituição, acautelem-se os olhos sensíveis: "Prefiro ser prostituta, que me paguem e volte à noite para casa, do que casar-me com um homem, quatro anos depois não o desejar mas ter de continuar com ele para poder viver. [o casamento é então uma forma de prostituição] Ou pior, porque não tem um preço fixo, é preciso pagar sempre...". A última pergunta só poderia ser como se imagina uma sociedade com total liberdade sexual. A resposta dificilmente poderia ser outra: "Quem me dera saber. Só tenho uma certeza, não se falaria tanto de sexo."

Nas primeira páginas, o Miguel falava do interesse que lhe desperta a actual sociedade espanhola, fervilhante nas discussões políticas e sociais que em Portugal a muito custo se conseguem manter acesas. Valérie Tasso, filha de boas famílias francesas, vive e publica em Espanha. E assim se fecha o círculo. Acautelai-vos, ó Nobre Casa de Bragança. De Espanha sopram hoje os ventos da dissolução. Ventos de liberdade.