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sábado, novembro 27, 2004

Rosa nua, rosa carne

Uma obra-prima, este disco. E finalmente ouvido ao vivo, de fio a pavio, de olhos postos num belíssimo espaço cénico, na vida das luzes e das canções, na presença de excelentes músicos, na voz e no corpo de Manuela Azevedo. Houve espaço para tudo. O mundo de Rosa Carne claramente meado, a face negra e a face luminosa, ou eu ninguém no carrossel dos esquisitos. Se por um lado assistir sentado a um concerto dos Clã é um desafio constante ao autodomínio e um teste contínuo à resistência das cadeiras do auditório, por outro as condições técnicas e o ambiente que uma sala assim nos dá permitiu uma coisa rara nestes espectáculos: o silêncio, a disposição de receber.

O som pregou uma partida à participação do Legendary Tiger Man, mas não há engulho técnico que a convicção não atropele, e o momento Topo de Gama foi, assim, praticamente todo da Manela Azevedo. O público não se chateia nada, é inevitável, de qualquer modo é para ela que os olhares irresistivelmente convergem. O monocórdico Arnaldo Antunes compensa-se na curtição das canções, na inteligência das letras e na presença clownesca: foi o "intervalo do concerto", o espelho estrutural que nos fez passar de Rosa a Carne. Para terminar na tranquilidade.

Terminar não, este era um público à partida vencedor e o troféu foram três encores de Kazoo e Lustro em que finalmente se perdeu a vergonha e se disse adeus às cadeiras do Olga Cadaval, invadindo coxias com pulos e dança. "Manela, és linda!", ouve-se de um balcão, ou muito me engano ou uma voz feminina, só por acaso não foi a minha. O sorriso feliz e... "A música é que é boa". Tens razão Manela, tens toda a razão, mas que seria desta música sem ti? Para mim, este final foi a very thin mint no topo deste festim visceral. Arrancando com o meu amado GTI [Gentle, Tall & Intelligent], mais parecia uma sessão de discos pedidos: O Meu Lado Esquerdo - pois é, pedro, a minha preferida de entre todas -, Sopro do Coração, H2Homem [com direito a coros e coreografia, obviamente], Dançar na Corda Bamba, Problema de Expressão, Sangue Frio... E no fim de tudo, e como este espectáculo será, pelo que sei, editado em dvd, a equipa toda no palco, técnicos, roadies, estilista [e que estilista, meus amigos...], cenógrafo, enfim, os que andam lá por trás para que tudo esteja de pé e sirva e dialogue e se integre naquela generosidade incomparável dos que estão à frente.



A segunda metade do concerto teve sobre si as letras iluminadas com a frase roubada a Amália, a frase que percorre, indizível, todo o disco: Não queiras gostar de mim. Mas este público tem competência para amar. E na música dos Clã, como na voz da Amália, será sempre este um apelo em vão.