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segunda-feira, janeiro 10, 2005

Cenas de gajo ou Eduardo Lourenço em tradução para coisos

Muito se tem falado pela blogosfera, nomeadamente nas referências que são o pasto das renas, os nossos tempos e a casa do cacau, sobre o que nesta última se apelidou de política peniana. A este propósito andei a aconselhar vivamente a leitura do artigo de Ana Sá Lopes no Público de ontem. Mas juro que não fiz por mal. Eu pensava que sabia o que pensava. Só hoje lendo o Diário de Notícias percebi que pensava mal.

Percebi finalmente que se estamos hoje como estamos neste país é só porque emborcámos grades de subsídios, apoios, benefícios, incentivos, sem reparar que é com o teu dinheiro que te dão isso. Gastaste anos com parvoíces, como o aborto e a regionalização; deitaste-te tarde a ver a ficção dos reality shows. Depois admiras-te que os parceiros te passem à frente e não tenhas produtividade. Acreditaste nos que te falavam em reduções de horário de trabalho e salários europeus, sem ver que esses países os têm porque trabalham muito para o conseguir. Quiseste fazer estádios e andar nas ruas a abanar bandeirinhas.

Ora aqui @ tenrinh@ nunca se tinha apercebido de que os mais activos defensores da legalização do aborto ou da regionalização [vá lá, os direitos lgbt ficaram de fora das parvoíces, desta vez] fossem precisamente os engrossadores das reais audiências, ora aí está uma novidade. Outra novidade é que tudo isto esteja, para o Abominável Coiso das Neves, directamente ligado ao progresso. Mas esses países mais avançados são, em geral, muito mais liberais em termos de políticas sexuais e reprodutivas, muito mais descentralizados e económicos - no sentido inteligente do termo, não no sentido salazarento - do que o nosso. Então temos aqui um problema: ou eu ou o Coiso das Neves, um de nós vive num mundo paralelo. Por favor, alguém que me tire desta angústia!

Mas o que me deixou mais angustiad@ ainda foi a conclusão deste Não há almoços grátis, novamente um texto com o interesse e a qualidade de uma redacção do ciclo preparatório [partindo do princípio de que falamos de um aluno acima da média, claro...]:
FAZ! Como sempre soubeste fazer. Não por ti, meu caro Portugal, mas pelos portugueses. E deixa dar-te uma novidade não há cá mais ninguém. Só tu, Portugal, podes fazer o desenvolvimento português. Mais ninguém. Os outros falam. Tu ainda cá andarás depois de eles se calarem.


Não há cá mais ninguém, só tu, Portugal? Alguém me explica o que ele quer dizer com isto? Os outros são quem, os estrangeiros? Os que não concordam com o Coiso? Portanto eu sou os outros, logo não faço parte de Portugal? Ou fala-se realmente dessa bela e velha ideia abstracta de Nação que ninguém sabe o que é, já que não é feita pelas pessoas que a aturam e sustentam? O que é isso, Portugal, se não nós e sem nós para que serve?

Enfim, dúvidas e mais dúvidas. Mas fiquei sossegad@ numa coisa: teremos a benção de uma política peniana nos próximos anos. O que, confessem, é bastante mais tranquilizante do que se fosse clitoriana, dEus nos livre! Sim, porque está na altura, meu caro Portugal, de deixares de ter pena de ti mesmo, de largares o sofá da conversa, arregaçares as mangas e enfrentares a vida como ela é. E para isto o que aí vem não podia sair-nos melhor, porque como tão bem nos recorda o Abominável Coiso das Neves, As crises são para os homens.
E ponto final.