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terça-feira, janeiro 18, 2005

Para o K. e o Opiniões

E para todos os que compreendem a necessidade vital de caminhar, de respirar, de sair. Para quem é um alívio não ser definido pelos móveis da casa e pelo carro à porta. Para quem o mundo é um angustioso e maravilhoso mistério à espera de sucessivos e deslumbrados mergulhos. A liberdade é uma maluca que sabe quanto vale um beijo, não é verdade?

Tira a mão do queixo, não penses mais nisso
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou, ganhou e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais cartas para dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem à batota
Chega aonde tu quiseres
Mas goza bem a tua rota

Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar

Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e não poupa ninguém, não
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
E a liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo

Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar


Jorge Palma, dos álbuns Acto Contínuo e