<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5669356\x26blogName\x3dThe+Amazing+Trout+Blog\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dTAN\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://theamazingtroutblog.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://theamazingtroutblog.blogspot.com/\x26vt\x3d7427130160736514488', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe", messageHandlersFilter: gapi.iframes.CROSS_ORIGIN_IFRAMES_FILTER, messageHandlers: { 'blogger-ping': function() {} } }); } }); </script>

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Cavaterra

Temos corpos de marioneta. Quando pela corda descemos abaixo do chão e a noite ocre se abate sobre os nossos ombros pasmados e a terra negra nos cobre os olhos, as enxadas e as picaretas definem-nos, indefinidamente a uns e outros, indefinidamente homens e marionetas, indefinidamente.

No meio do escuro e sob a larga capa da morte, dançamos e fazemos dançar. Eu sou tu e tu és eu, o meu braço move-se porque tu decides, a tua perna sobe porque eu a iço, marionetas um do outro e do que ficou tão lá para cima que cá em baixo não se reflecte a imagem. E esquecemos.

Pedra por pedra, trabalho circular, labor sem meta. Pedra por pedra, e a escada quase chega. Pedras suspensas no escuro com homens por cima tentando assomar não se sabe onde, ou melhor, a todo o lado e por isso a nenhures, ou por fim lá, lá a cima. Toma a minha pedra e ajuda-me a subir. Ah! Quase chega, a escada. Quase. Abraça-me. Quase.



Homens-marioneta, desaparecemos nas carrelas e voltamos a surgir, sempre desarticulados, sempre pasmados com este mundo de sombras em trânsito. Enterramo-nos na terra e nas pedras que como nós cabem e se fazem transportar nas mesmas carrelas. Três são dois mais um e um corpo entre duas carrelas, sozinho, sai de cena. É tarde.

Não regressa. Kommt, ihr Töchter, helft mir klagen. Caíu. Um. Depois outro e depois outro. Sehet! Wen? Den Bräutigam. Wie? Als wie ein Lamm! Caem no vórtice ocre e negro. Sehet! Was? Seht die Geduld. Wohin? Auf unsre Schuld.

Pequenas luzes no escuro, pequenos corpos deformados, uma perna torta e manca, uma corcunda, o corpo tenso e lasso, fechado sobre si e infantilmente disponivel. E voa, num carrossel de cordas e marionetas. Voa. E fica no ar, como o som de uma trompa.

No Teatro Carlos Alberto, até ao próximo sábado, a Circolando apresenta Cavaterra, parte do seu Ciclo das Minas. A não perder por nada, pessoal da Invicta...