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terça-feira, fevereiro 01, 2005

[In]Utilidades

Ontem numa conversa via msn, eu e o K. falámos um bocado sobre a utilidade de se votar ou não votar Sócrates nas próximas eleições - opção manifesta de gente próxima quer de um quer de outro. Curiosamente, e face ao meu manifestozito de apoio ao Bloco, o mesmo pertinente debate nasceu nos salmonetes. É um debate interessante, este, desafiador do sentido lógico e das convicções de cada um.

Nunca votei "útil" no sentido em que o voto útil é geralmente considerado, e por isso mesmo sempre estive segur@ da utilidade do meu voto. Talvez seja esta uma razão para me considerar menos habilitad@ a dissertar sobre a necessidade desse tal "voto [in]útil" nas próximas legistlativas. Ou talvez não...

Temos tido praticamente um só governo em trinta anos de democracia representativa. Um alterne PS-PSD com um eventual penetra que mudou de nome para voltar a surgir nos convites para a festa. Os resultados estão à vista de todos: perdemos produtividade, perdemos as oportunidades de crescimento, deixámos degradar a educação, a saúde e a administração pública [ai não, espera, isto é culpa dos sindicalistas, bolas...], não protegemos o ambiente, a cultura, a investigação, fomentámos a inveja, a mediocridade e a corrupção, temos um país esburacado, carcomido pelo conservadorismo, deprimido pela inércia. Este é o resultado de trinta anos de votos [in]úteis.

Estas eleições específicas, mais do que quaisquer outras mais recentes, são um convite ao voto por convicção. Santana Lopes está morto e o velador Paulo Portas já não convence nem nas feiras [aonde agora parece ter medo de ir]. Está bem claro quem vai ser o próximo primeiro-ministro, com mais ou menos colos, mais ou menos boatos, mais ou menos co-incineração. Reconhecendo embora que existe uma interessante ala esquerda no PS, essa ala se alguma força recente teve, perdeu-a na eleição de Sócrates para secretário-geral [independentemente da inevitabilidade que se possa ver neste resultado] e o que temos hoje é uma versão suavizada do PSD, uma mascarilha para a continuação das políticas liberais [no sentido europeu da expressão, não no norte-americano], uma estagnação das políticas sociais [os hospitais-empresa e o aborto são casos gritantes] -enfim, como nos últimos trinta anos, teremos o Tweedle Dee substituindo o Tweedle Dum. A única forma de tornar o meu voto útil é votar BE ou CDU, contribuindo para que exista uma maioria de esquerda no Parlamento sem uma maioria absoluta deste PS invertebrado.

A razão porque me decidi finalmente a votar BE. Bom, posso usar uma matriz próxima da que usei para o PS. O PCP está pejado de bons militantes, de bons políticos [no sentido de serviço à Polis] e faz no Parlamento um trabalho de formiguinha absolutamente sub-valorizado. Considero o voto na CDU um voto útil. Mas sinto que não posso fechar os olhos quando oiço o que devia sair da boca de um Jerónimo enredado nas frases feitas, sair limpo da boca de um Louçã [no debate na SIC Notícias] -e não falo de forma, mas de conteúdo; quando vejo um representante do PCP [perdoem-me, não me recordo do nome dele] com um discurso circular como um gato em volta do próprio rabo e uma Ana Drago com fibra, frontalidade e coerência de discurso, num ambiente que dificilmente lhe poderia ser mais adverso [num dos debates -mal-moderados por Fátima Campos Ferreira na RTP1]. Não posso esquecer-me das lutas cívicas que me movem quotidianamente e que são prioridades no programa do Bloco e de alguns progressos que graças aos seus pouquíssimos deputados se tem conseguido. Mas isto, claro, sou eu.

De qualquer modo, neste ponto não há grandes dúvidas para mim: votar útil é votar para uma maioria de esquerda. Útil é votar à esquerda do PS.