Coisas especiais que me acontecem no norte...
Ver o meu nome, pequenino que seja, numa das primeiras páginas da primeira edição integral da saga ubuesca em Portugal [eu bem suspeitava que isto valia mais que qualquer cachet] - e participar - com uma leitura encenada - no lançamento editorial, da forma menos solene possível.
Ter o dito livro ternamente rabiscado por dezasseis pessoas que invadiram o meu coração - umas mais recentemente que outras [sem falar no dinheirão que aquilo me vai render daqui a uns anitos, se os palcos não me enriquecerem, ahahah].
Ter a Laurie Anderson na plateia, uma luzinha que até no meio de um público anónimo brilha e sorri [e exercer o autocontrolo de não sair do palco a correr para ir pedir-lhe autógrafos...]. E saber mais tarde que ela adorou o que viu [embora da língua só tenha entendido Merdra! e Ubu, eheheh].
Ter o Dan Stulbach na plateia, saltando da cadeira - que nem mola, viu? - no final da récita e aplaudindo entusiasmado.
Dançar o "Dancemos no Mundo" com o Sérgio Godinho num buraco cheio de fumo da Rua da Alegria. E resumir nesse refrão a alegria de viver a arte em conjunto... e de não saber, nem querer, separá-la da vida.
Só queria dançar contigo
sem corpo visível
dançar como amigo
se fosse possível
dois pares de sapatos levantando o pó
dançar
como amigo só.