<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5669356\x26blogName\x3dThe+Amazing+Trout+Blog\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dTAN\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://theamazingtroutblog.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://theamazingtroutblog.blogspot.com/\x26vt\x3d7427130160736514488', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

quinta-feira, outubro 13, 2005

13 de Ótubro

Na nossa laica televisão, multiplicam-se as devoções e as preces, os comentadores-acólitos, nada de novo, enfim, de há cinquenta anos para cá. Não olharei Fátima da mesma forma, agora que fui ao Vaticano. Os vendilhões do templo foram absorvidos e nutridos, estão nas suas mais altas instâncias, porque haveria Fátima de ser diferente? Mas Fátima é diferente numa coisa, deveras. Símbolo máximo do conservadorismo e do obscurantismo luso, imagem da maternidade santa que aparentemente confere aos seus devotos a autoridade para lutarem ferozmente contra os direitos sociais, sexuais e reprodutivos, em Fátima canta-se um hino feito por um poeta homossexual e subversivo, que baixou as calças uma vez na vida: quando escreveu estes versos em troca de uma palavrinha do saudoso Cerejeira junto de Santo Oliveira Salazar, a fim de ver graciosamente permitido o seu regresso do exílio. O santo quartel da luta anti-direitos lgbt canta a plenos pulmões os versos de um panasca marginal. Juntemo-nos, irmãos: A TREZE DE MAAAAAIO, NA COVAAAA DA IRIIIIAAAA!!!!...

Ora portanto, qualquer dia de Fátima é dia de celebração de António Botto. Pois celebremos, a sua vida, a sua poesia, os seus amores com este Soneto...

Soneto

Se, para possuir o que me é dado,
Tudo perdi e eu própio andei perdido,
Se, para ver o que hoje é realizado,
Cheguei a ser negado e combatido.


Se, para estar agora apaixonado,
Foi necessário andar desiludido,
Alegra-me sentir que fui odiado
Na certeza imortal de ter vencido!


Porque, depois de tantas cicatrizes,
Só se encontra sabor apetecido
Àquilo que nos fez ser infelizes!


E assim cheguei à luz de um pensamento
De que afinal um roseiral florido
Vive de um triste e oculto movimento.


... e nada de choques, ok?, já sorte têm de não postar "o outro" poema do Botto, "aquele".

Mas dia 13 de Outubro há outro motivo para celebrar. O meu Sombra Yin Gomes faz 4 aninhos. Aliás, nem de propósito, fui abençoada com dois gatos marianos, já que o outro é de 13 de Maio, eheheh.


Sombra, 13 de Outubro de 2005
Fotografia de P.