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sábado, outubro 22, 2005

Amar não é pecado, pecado é andar no mundo sem ter amor a ninguém.

Já conhecedora desta mágica noite de fados à luz da candeia, ontem rumei ao S.Luiz para rever Cabelo branco é saudade. E foi emocionante. Da terceira fila da plateia os arroubos e os pianíssimos ornamentos de Argentina Santos são mais arrebatados e mais requintados na filigrana, mais profunda a voz cava de Celeste Rodrigues, mais canalha, charmoso e comovente o canto castiço de Alcindo Carvalho, mais amplos o vozeirão, a sensibilidade e a maturidade musical do puto Ricardo Ribeiro, mais impressionantes a qualidade e o profissionalismo dos também putos Bernardo Couto [guitarra], Diogo Clemente [viola e direcção musical] e Nando Araújo [viola baixo].

O espaço cénico de Nuno Carinhas é belíssimo, dourado e negro, assomado pela classe de um biombo de cascas de sobreiro que a luz torna cor do ouro. Jóias da voz e do sentir são todos estes fadistas, os três primeiros na casa dos oitenta, o puto com vinte e quatro anos. E vive-se uma privilegiada partilha de energia e alma, fado, amor e experiências de vida. Só Ricardo Pais poderia de modo tão sublime transformar Celeste Rodrigues e Ricardo Ribeiro num casal que desfia mágoas e felicidades, só Ricardo Pais poderia criar um objecto tão simples, com marcações tão certeiras e tão sensíveis aos "bichos" especiais que com este espectáculo se passeiam nos maiores palcos do país e da Europa como se sozinhos estivessem num buraco de Alfama, em comunhão de música e alma. Só o cosmopolita Ricardo, que sempre olhou para a frente e para fora, poderia tratar o fado de modo tão interior, respeitoso, amoroso.

Conheço mais do que um alérgico ao fado que sucumbiu a este espectáculo - só uma pedra consegue ficar indiferente à primeira intervenção da fabulosa Argentina, daí para a frente é ver passar as lágrimas. Ontem, mais um me confessou que também já era repetente do espectáculo - Mas não contem a ninguém que vos disse isto, é que eu odeio fado!



Cabelo Branco é Saudade, de Ricardo Pais, hoje, dia 22, às 21h e amanhã às 17h no Teatro Municipal de São Luiz, em Lisboa. Regressa-se então à casa-mãe, o Teatro Nacional de São João, no Porto, para espectáculos a 3, 4 e 5 de Novembro.