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domingo, novembro 20, 2005

Duas semanas

Mais uma semana que chega ao fim, mas não mais uma qualquer semana. Fim de ciclo. Deslocamento e frio, súbita solidão desejada e temida, noites sem sono e dias de trabalho. Após a última jornada, uma violenta viagem solitária e praticamente directa de uma ponta à outra do país. Há uma semana atrás, a estafa, a exaustão física e psicológica tomando o castelo do profissionalismo e da obstinação, abrindo os ferrolhos da frustração e exigindo implacável a impossível decisão: o recital não se faz, não tenho condições físicas, seria uma fraude. Só os meus gatos e o meu fouton foram capazes de me sentar novamente atrás do volante para fazer Lagos-Lisboa de olhos enxutos e pregados na estrada, quase sem pestanejar, em busca sedenta de um pedacinho de lar que pudesse arrastar comigo um dia depois num regresso menos triste à rua alegre. Os beijos, carinhos e mimos de que precisava, de quem precisava, os doces da mãe, a voz calma e preocupada do pai. E uma noite de ternura e amor, alimento que só uns poucos seres no mundo nos podem dar. De que me queixo, afinal, tenho bem mais do que já perdi, e há tanto ainda para andar. Parco consolo, em ingratos dias desconsolados.

Mas a segunda semana veio e chegou ao fim. Agora. Semana cheia de trabalho e procura, na sapa de um texto que de tão essencial e mítico podemos lançar para onde quisermos só pela simples tomada de pequenas decisões, na identificação progressiva e na paixão inexorável por uma personagem que a cada dia reconheço que foi um dos maiores e mais generosos presentes que já me ofertaram, quer pessoal quer profissionalmente. Semana em que ao fim do dia regressei já para uma espécie de lar, com a minha música, os meus trapos e livros e os miados carinhosos pela manhã. Em que abracei de novo uma amiga querida que infelizmente já está de volta, mas felizmente está de novo perto. Em que nova data para o recital foi marcada, confirmada e salvaguardada.

Respiro, agora. Não tenho o coração mais claro, mas o espírito está bem menos turvo. Um guiará o outro, confio.

Não mais uma qualquer semana. Um fim de ciclo.