Às vezes já está mesmo tudo dito...
Terminei o meu último artigo notando que o puritano é aquele que se horroriza com o facto de alguém, algures, procurar a felicidade de uma forma que ele não aprova. E acrescentei que o totalitário vai mais longe e tenta impedir que esse alguém, esteja onde estiver, faça algo que não afecta mais ninguém. A descrição serve tanto para o Islão como para o catolicismo: são dois exemplos de religiões totalitárias. E é pertinente neste caso: existe um preconceito social enraizado, de inspiração religiosa, contra os adultos que mantêm entre si relações sexuais que muito poucos praticariam, mas que não afectam mais ninguém. E existe uma resistência irracional, também de origem religiosa, a que essas pessoas oficializem perante o Estado uma união estável.