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sábado, abril 08, 2006

Não sou surrealista, apenas pinto a minha própria realidade.


O autocarro [1929], o momento antes, a placidez desavisada, iminente o choque que Frida diz que é mentira, que não se sente.

Há emoções incomparáveis. Sou privilegiad@, nesse ponto, passei por esta muitas vezes, na Tate, no Rijcks, na National Gallery, na Royal Academy of Arts, na Gulbenkian, no Chiado, em Serralves. A emoção de ver o braço, a mão, a energia do génio na textura da pincelada que define uma pequena pérola em redor do pescoço da figura retrada. A presença física desse gesto e o súbito espraiar em direcção ao infinito de todas as sensações que as incontáveis cópias e fotografias tinham despertado. Há qualquer coisa de muito palpável frente a uma obra de arte, ela mesma, qualquer coisa para além do que se pode concretizar e definir: a textura, o relevo, a pincelada, os "defeitos" e idiossincrasias. Tudo é concreto, mas tudo se completa no maior dos abstractos, numa aura que sustenta a tela, numa corrente que se enlaça em quem olha. Hoje, finalmente e ao fim de tantos anos, conheci Frida. E apaixonei-me novamente.


A minha ama e eu [1937]

A exposição do CCB por seu lado, traz ao de cima todos os defeitos daquele que se esperaria ser um dos melhores e mais cosmopolitas espaços de arte do país. Basta dar metade de meia-dúzia de voltas por alguns museus da Europa para se ficar deprimid@ com este. Os quadros protegidos por enormes montras de acrílico, poço de reflexos que estragam a fruição a qualquer ajuntamento de mais de pessoa e meia [bastava uma simples barreira a proteger os quadros que originalmente não têm vidro de protecção, opção a respeitar a todo o custo]. Um vídeo de 51 minutos que não está sujeito a qualquer tabela de horários. Funcionários que arregalam os olhos em pânico quando alguém se lhes dirige em busca de uma informação, o filme?, ah, não sei se já começou há muito ou não, não tem horários marcados, aaargh, não me pergunte nada, ninguém me disse nada, eu não sei nada e atiraram-me para aqui com esta farda, por favor, tenha piedaaaaaaade. E, já me tinha avisado a Violeta, toda a informação do catálogo da exposição muito bem explicadinha ao lado de cada obra. Curiosamente, as fotografias, documentos que, esses sim, faria todo o sentido estarem bem acompanhados de uma explicação biográfica, estão expostas sem grande - ou mesmo qualquer - informação adicional. A arte da artista em questão, por seu lado, está pedagogicamente explanada ao lado de cada quadro, a simbologia, as ligações biográficas. Sim, serei livre de ler ou não ler, mas custa-me imaginar uma exposição de um grande mestre num grande museu com toda esta justificação. Ou, imaginemos, uma peça de teatro em que, durante as cenas, surgem legendas explicando o simbolismo de um gesto, de um adereço, de uma palavra. Para palavras, bastam as que Frida inscreveu em algumas obras. O resto que nos quis dar não o deu em palavras. As explicações dos "entendidos", por muito entendidas que sejam - e gostei, honestamente, destas -, não devem ter lugar ao lado da arte que pretendem traduzir, o seu lugar é o catálogo da exposição, ou uma folha de apoio. Por uma questão de respeito pela obra de quem fez, pela liberdade e pela inteligência de quem olha.


Auto-retrato com macaco