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domingo, julho 31, 2005

Ballet Gulbenkian, Teatro Camões, hoje às 19 horas: a despedida?

Os pedidos que fomos recebendo ao longo dos últimos dias, excederam todas as nossas expectativas e a sala está quase esgotada. Tentámos providenciar a instalação de um ecrã gigante que permitisse, a todos os que não tivessem acesso, a possibilidade de assistir no exterior do Teatro Camões e em directo, ao espectáculo do próximo domingo. Contudo revelaram-se infrutíferas todas as tentativas para obter a cedência do referido ecrã e restante equipamento técnico, depois da empresa ALFASOM ter garantido a respectiva cedência, e por essa razão o termos anunciado, vindo posteriormente a comunicar a sua indisponibilidade. Por esta razão lamentamos informar que serão já quase inexistentes as entradas ainda disponíveis para o espectáculo que realizaremos pelas 19h00 do próximo domingo.


É correr, pessoal, é correr. A partir das 15h distribuem-se as últimas entradas, na bilheteira do Teatro.

Recebido por e-mail

sábado, julho 30, 2005

Cool...



Um blockbuster que tresanda a independente. Uma personagem com pathos, o american psycho que uma curiosa mistura entre ocidente e oriente, raiva e introspecção, lança do caminho da vingança para o da procura da justiça. Uma fantasia agarrada aos não-ditos, às emoções reais, aos labirintos do poder e aos devaneios de messianismo. E três homens que me tiram do sério, a acrescentar à lista privada do Manel - se aquele senhor ali de óculos não é um dos mais geniais actores vivos, eu não sei o que é um actor genial, ou antes, um genial camaleão. E há ainda Caine, Freeman, cenas de encher o olho doseadas e cosidas com o argumento. Enfim. Nunca pensei virar as costas ao Burton, mas este é O filme sobre esta personagem em equilíbrio instável entre a poderosa metáfora, o conto de fadas noir e a mais perfeita idiotice. Parem os rufos! O funâmbulo Christopher Nolan cruzou o arame sem um passo em falso que se veja. Why do we fall down? So we can learn how to pull ourselves up.

sexta-feira, julho 29, 2005

Just for the record

A minha mensagem contra a extinção do Ballet Gulbenkian foi apagada sem ser lida pela senhora Rosário Castelo Branco, do grupo parlamentar do Partido Popular.

E nem vos conto do desprezo que me merece esta atitute face aos cidadãos do país que os sustenta. Não que eu esperasse, na realidade, alguma atitude notável, mas penso que o respeito devido aos eleitores exigiria que lessem pelo menos as mensagens. Segue, dentro de segundos, a segunda via, com o devido pedido de recibo.

quinta-feira, julho 28, 2005

A Birra do Morto, III: Os Afectos de Quixote ou A Sorte Conserve as Tristes Figuras

Muito pertinente, este post da Teresa Cascudo, que levanta questões culturais e sobretudo sociais e de cidadania. Falando por mim, e trabalhando [embora cada vez menos e o futuro dirá até quando] dentro da FCG, assisti estupefact@ ao ímpeto destruidor desta administração - as Jornadas de Música Antiga e Música Contemporânea, o ACARTE -, esperando sempre quando chegaria a nossa vez, orquestra e coro. Parece aproximar-se [hoje ouvi o primeiro boato acerca dessa extinção final, juntando às declarações da Teresa Gouveia ao Público, diria que o horizonte é negro], mas não foi isso que me impeliu para a organização da petição. Há qualquer coisa de inexplicável na reacção a esta extinção, qualquer coisa que é da ordem dos afectos e da identidade. E talvez por o nível do Ballet Gulbenkian ser tão indiscutivelmente alto, é o maior dos sinais de alarme que se ouse extingui-lo - é um alarme generalizado na área da cultura, não só dentro da Fundação. Digamos, e agora falo por mim, tentando dar uma achega às questões levantadas pela Teresa, que esta me fez "saltar a tampa". Talvez demasiado tarde.

Quanto à dicotomia "património/contemporaneidade", e pensando agora em algo que, sinceramente, nem me tinha cruzado o espírito, talvez o património que o Ballet Gulbenkian representa seja precisamente essa contemporaneidade, esse cosmopolitanismo e essa larga visão artística que tanto falta em Portugal. É um património deveras abstracto, mas não menos valioso, num país que a cada dia parece construir-se sobre a mesquinhez, a estreiteza de horizontes e o provincianismo, como se pode aferir pelos outros casos referidos pela Teresa - o mais escandaloso dos quais será precisamente o fim do financiamento da PT aos concertos Em Órbita, que abandonaram também um público fidelizado e apreciador do extraordinário nível artístico dos músicos que nesse âmbito nos visitavam. Esta avalanche anti-cultura não poderia ser mais desesperante neste país que a cada dia encolhe a olhos vistos.

Adenda: Só posso lamentar que "nós", os que não têm o poder nas mãos, não alimentemos uma cultura de lutar pelas coisas e fazer valer a nossa cidadania - senão para impedir aberrações como esta, pelo menos para lançar reflexões e ir mudando mentalidades. Deixar de assinar de cruz no boletim de voto.

Sim, fiquei em estado de choque com este resultado...


You're a Chihuahua!
No bones about it, you're an energetic, devoted Chihuahua. For your breed, size definitely doesn't matter. After all, sometimes the best things (diamonds, car keys, Godiva truffles) come in small packages. Honest and straightforward, you're never afraid to speak up for what you believe in, especially if it's a cause near and dear to your heart. Having such a passionate personality can come with a few drawbacks, though. You can be moody at times, and people often find it hard to live up to your high standards. But once you make a friend, it's for life. Saucy and intense, your energy and unfailing loyalty make you a great companion. Woof!

What breed of dog are you? Take the test!


... mas ao ler a descrição comecei a olhar os chihuahas com outros olhos, eheheh...

A convocatória comme il faut: domingo, 31 de Julho às 19 horas, o Teatro Camões acolhe todos os que se se querem despedir do Ballet Gulbenkian [com a desmaiada esperança de que seja um "Até breve!"]

A Mayra Becker, a São Castro, a Mónica Gomes, a Barbara Griggi, a Sofia Inácio, a Wubkje Kuindersma, a Laura Marín, a Daniela Neugebauer, a Cláudia Nóvoa, a Ana Cláudia Ribeiro, a Sylvia Rijmer, a Iolanda Rodrigues, a Sandra Rosado, a Ana Sendas, a Teresa Alves da Silva, a Ann De Vos, a Lindanor Xavier, o Jordi Alguacil, o Allan Falieri, o Bernardo Gama, o Bruno Guilloré, o Hillel Kogan, o Danilo Mazzotta, o Pedro Mendes, o Carlos Prado, o Rui Reis, o Romeu Runa, o Jermaine Maurice Spivey e o Rodrigo Vieira, reunir-se-ão por uma última vez em palco, no próximo domingo dia 31 de Julho, pelas 19h00, no Teatro Camões.

Gozarão o prazer de estarem juntos em palco, fazendo com paixão aquilo que mais gostam e melhor sabem: DANÇAR! Com esta oportunidade pretendem, uma vez mais, transmitir, a todos os que a eles se queiram juntar, esse sonho de se exprimirem com movimento, sensações capazes de despertar no corpo de todos nós viagens sem fim…

Mauro Bigonzetti, coreógrafo de Cantata, e todos os seus co-autores, ofereceram os direitos para que esta obra seja, de novo, apresentada. O complemento será servido com uma pequena surpresa que contará com a presença ao vivo dos Danças Ocultas.

As entradas gratuitas serão distribuídas no Teatro Camões, no domingo, dia 31 de Julho, a partir das 15h00.

Laerte

quarta-feira, julho 27, 2005

Quase II


Chapitô, Lisboa, Agosto de 2001
Fotografia de Manel da Truta


... quase de férias.

Caminho

Para a Vermelha e para o Manel

Porque me sabe bem lembrar-me de pessoas de quem tanto gosto e dos caminhos que já percorremos juntas.

Image hosted by Photobucket.com

Fotografia de Truta Laranja (acho eu... chatice esta de partilhar a máquina com o truto!)

P.S. Felizmente era o Manel quem conduzia, senão o caminho teria sido ainda mais acidentado...

terça-feira, julho 26, 2005

A Birra do Morto, tomo II

Os ex-bailarinos do ex-Ballet Gulbenkian oferecem um espectáculo de despedida no Teatro Camões. Domingo, 31 de Julho às 19 horas. A entrada é livre. E a troca é justa. Nós entregamos a nossa solidariedade, indignação e, mais importante, a nossa gratidão. Eles entregam-nos a sua magnífica arte. Até domingo, meus amigos!

A Birra do Morto: ainda pelo Ballet Gulbenkian

A petição que mais de 18 000 pessoas já assinaram continua aberta e activa. Foi endereçada ao Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian, como devem saber, e já entregue. Claro que o feedback é nulo. Outra coisa não se esperaria.

Temos, portanto, de avançar para quem tem o dever de defender os nossos interesses como cidadãos e público. A Assembleia da República, o Governo, a Presidência da República. Apelo a todos que adiram e, sobretudo, divulguem o mais possível esta carta modelo. Não estamos a tentar ditar nada, só temos consciência de que o pessoal é preguiçoso. Esta carta está pronta a assinar e a alterar livremente.

Exmo. Sr. X
Líder do Grupo Parlamentar do Partido X / Primeiro-Ministro / Presidente da República / Ministra da Cultura


No seguimento de uma petição assinada por mais de dezoito mil pessoas contra a extinção do Ballet Gulbenkian, vimos por este meio sensibilizá-lo para esta situação e manifestar o nosso mais veemente repúdio contra este acto.

Em primeiro lugar, é pouco designar por extinção a morte repentina de um agrupamento em pleno vigor, com quarenta anos de história incomparável e seis estreias absolutas previstas para a temporada assim abortada. O nível do Ballet Gulbenkian, sem dúvida uma das melhores companhias de dança moderna da Europa, senão do mundo, nunca teve paralelo no nosso país, e os seus bailarinos e projectos continuavam a crescer e a evoluir. A cada ano de quatro décadas formou públicos e profissionais da dança, marcou percursos, renovou visões, elevou a vivência artística de um público limitado em opções e artisticamente subnutrido.

Em segundo lugar, está em causa todo um património que foi legado ao povo português. Um património cultural e artístico que a todos pertence e deve, por isso, ser defendido e preservado. Nem a memória de Calouste Gulbenkian, nem o país, nem a própria Fundação, merecem assistir a um tão célere desmantelamento de civilização, cosmopolitanismo e modernidade que ganham corpo e vida no Ballet Gulbenkian.

Em terceiro lugar, acreditamos que a Fundação tem responsabilidades públicas que saem da sua esfera meramente privada, por mais soberana que tenha sido a tomada desta decisão. Um organismo que funciona como motor do desenvolvimento cultural, artístico e científico – e que a tal foi destinado pelo seu fundador – não pode de um momento para o outro optar por um desinvestimento radical numa das áreas. Tal comportamento, inclusivé, vai contra estudos do Parlamento Europeu que salientam a crescente relação entre as indústrias culturais e o emprego na União Europeia, tendo a cultura como uma das bases do crescimento económico.

Em suma, se há lugar à manutenção do património e do potencial artístico e cultural em Portugal, ele passa por um acompanhamento por parte do Estado. Com seu altíssimo nível artístico, o Ballet Gulbenkian, como é do conhecimento geral, dança onde há um palco. Mais do que Lisboa, as populações afastadas dos centros mais cosmopolitas vão sofrer com esta decisão. Vão reduzir horizontes e vivência artística, num indesculpável e injustificável recuo de décadas. No estado em que o país se encontra, nomeadamente no contexto europeu, este é um facto dramático. E é obviamente a Fundação Calouste Gulbenkian quem tem quer a capacidade quer a vocação para assumir a tutela do Ballet Gulbenkian. Mas ainda que se admita uma autonomização ou transferência da companhia, são inaceitáveis e indignos os contornos desta extinção. Perante, em primeiro lugar, os bailarinos e funcionários – que o amor a uma profissão como esta não se paga só com o dinheiro das indemnizações. Mas sobretudo perante um público que não merecia saber que o espectáculo que passou foi afinal o último e que o bilhete comprado para uma temporada que se anunciava brilhante vale apenas o seu retorno em euros. Não é digno de um país europeu, não é digno da nossa democracia. Não é digno da Fundação Calouste Gulbenkian.

Chamamos a atenção de V.Exa para o facto de esta opinião ser consensual não só no meio artístico, mas também entre uma larga camada de cidadãos, portugueses e estrangeiros que, no fundo, são a quem se destina toda esta riqueza que agora anunciam como perdida.

Em conlusão, Sr. X, apelamos à vossa intervenção junto das entidades que possam impedir este cenário. O que está em causa é de uma grande responsabilidade social e tem a dimensão identitária de Portugal. A consolidação de uma identidade cultural deveria sempre traduzir-se em acção política.

Com os melhores cumprimentos,





A petição contra esta extinção encontra-se acessível em:
http://www.petitiononline.com/bg05ext/petition.html


Ou, melhor seria ainda, digam de vossa justiça, façam jus à vossa cidadania, escrevam as vossas próprias mensagens. Aqui estão alguns contactos:

Grupo Parlamentar do PS: gp_ps@ps.parlamento.pt

GP do PSD: gp_psd@psd.parlamento.pt

GP do PCP: gp_pcp@pcp.parlamento.pt

GP do PP: gp_pp@pp.parlamento.pt

GP do BE: blocoar@ar.parlamento.pt

GP do PEV: PEV.correio@pev.parlamento.pt

Assembleia da República - Geral: Correio.Geral@ar.parlamento.pt

Ministério da Cultura: infocultura@min-cultura.pt

MC - Secretaria-geral [Dr.ªFernanda Soares Heitor]: sgmc@mail.min-cultura.pt

Governo


Presidência da República


Um enorme agradecimento ao Katraponga

Reflexões a uma terça-feira de manhã (ainda sem café)

Se as fajãs existem devido a abatimentos da falésia, por que é que há pessoas a viver tanto nas fajãs como no cimo do penhasco?

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Fotografia do meu truto

Telenovela

Duas semanas afastada do mundo e percebo que este se comporta como numa telenovela. Parece que aconteceu imensa coisa, mas está tudo exactamente na mesma.
Apenas uma novidade me aguardava: o meu manjericão deu flor. :)

domingo, julho 24, 2005

Apontamentos de domingo sobre alheios apontamentos de sábado.

Infelizmente, não poderia estar mais de acordo com o Pedro: a liberdade é uma coisa assustadora que muito poucos desejam realmente.

Mas isso nem é um problema. O problema é que, de garras fincadas no escudo do medo, há muito quem queira condicionar a liberdade alheia e decida chamar a esse diligente exercício de castração e repressão nomes bonitos como "respeito", "decência", "moral", "dignidade".

Tudo conceitos que só em liberdade têm sentido.

Tu és muito rica, tens... quatro baús. Cheios de tesouros.

Ouve-se isto da boca de um pestinha tripeiro de sete anos. E a noite está ganha.

sexta-feira, julho 22, 2005

Quase


Chapitô, Lisboa, Agosto de 2001
Fotografia de Manel da Truta


Quase vida, quase emoção, quase amor. Quase sabedoria, quase loucura. Quase construção, quase rasganço, quase subversão. Quase tudo, quase sempre, quase sonho, quase nada. Quase plenitude, quase angústia, quase nervo, quase orgasmo. Quase profissão, quase devaneio. Quase gente. Quase mundo. Todo o mundo. Toda a gente. Quase teatro. Quase feliz.

terça-feira, julho 19, 2005

Ainda sobre o Ballet Gulbenkian
Porque os titãs, como Prometeu, há muito que morreram
ou
Porque há coisas que o Henrique explica bem melhor que eu

domingo, julho 17, 2005

Não é por nada...


visto no Sete & Sismos

... mas é que gostei tanto desta foto, que tenho de a postar. É como se dois amigos de copos e conversas na penumbra se tivessem juntado para me enviar uma lembrança de NY. Aqui fica, então, pois honra se faça às palavras sussurradas por Leonard e Suzanne aos ouvidos de cada um de nós.

Da distância

sms: Hoje sonhei que te tinha encontrado no Pingo Doce! Beijinhos saudosos!

resposta: Tens mais sorte que eu, sempre mataste as saudades...

sexta-feira, julho 15, 2005

Juntos pelo BG

Como sabem, na quarta-feira que passou teve lugar um encontro nos jardins da Fundação Gulbenkian. Os ex-bailarinos do BG já estavam reunidos desde as quatro da tarde no anfiteatro do também exterminado ACARTE [ai, Madalena Perdigão, tanto trabalho para deixares de bandeja a um bando de mimalhos sem consideração nem sensibilidade artística nem social, é triste esta vida...]. Eu gostaria, como me foi pedido, de vos fazer um relato aturado dos acontecimentos, mas infelizmente fui obrigad@ a ir para a Comuna e passei na FCG [após dez ataques de nervos a tentar imprimir 11 049 assinaturas] apenas para deixar uns beijos especiais e a nossa tão grata petição - que acabou por ser entregue pela ex-bailarina Margarida Bettencourt juntamente com uma carta de repúdio dos antigos membros do BG.

Parece que fomos cerca de 500. Parece que a Administração [como se esperava], não deu as caras. A esquerda fez-se representar ao mais alto nível, e presentes estiveram o Jerónimo e o Louçã [este último especialmente assertivo nas afirmações], assim como muitos membros da comunidade da dança [alguns, diga-se, até nem acham mal que se extinga o BG em troca dos tais apoios prometidos e para já invisíveis, mas para os quais já se estão a pôr a jeito - numa ingenuidade a toda a prova e numa casaca double-face bem portuguesa, mas enfim, isto já era assunto para outros posts...].

Para já, marcou-se presença e entregou-se a petição e o seu URL para que o CA possa seguir esta onda de indignação que parece não ter fim. Recebi já uma sms a contar-me de novos desenvolvimentos, agora com dedo da CML. Teria a sua graça, uma instituição do calibre do BG ser salva por uma autarquia e não pelo Ministério da Cultura, que tem esta responsabilidade perante os cidadãos - ao contrário do que quer fazer crer a ministra Isabel Pi[latos]res de Lima. Venha o Carmona, se assim for. Venha qualquer pessoa que perceba a indignação que varre quem não é indiferente à dança, ainda que a motivação seja o isco eleitoral.

Isto ainda não terminou. É preciso não baixar os braços. Sugiro desde já que se comece a interpelar os grupos parlamentares para agirem, já que a Dr.ª Pires de Lima continua agarrada à bacia da água. Os contactos estão AQUI. Será bem-vinda a sugestão de uma carta-tipo para divulgar e enviar aos grupos parlamentares. Eu só poderei pensar nisso amanhã ou domingo. Anyone?

quarta-feira, julho 13, 2005

Frase do Dia

Pensei que chegaria um dia a Ministro da Cultura, ou pelo menos a Secretário de Estado do ramo segundo a expressão de antanho, embora eu nunca tenha sabido totalmente o que significava "ramo" nessa acepção burocrática e não floral.

Javier Marías, in O teu rosto amanhã, I.Febre e Lança

A avaliar pelas palavras da ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, hoje no Fórum TSF acerca da extinção do Ballet Gulbenkian, não é o único...

Ultrapassámos já as 17 000 assinaturas na Petição Contra a Extinção do Ballet Gulbenkian

Porque uma fundação como a Gulbenkian, embora privada, não pode fingir não ter responsabilidades públicas. Porque esta foi uma decisão política, pessoal, indigna do ponto de vista artístico, ético e laboral.

Porque o BG é um marco vivo da dança contemporânea em Portugal e no mundo, e como tal tem de ser respeitado, e não sumariamente exterminado por um bando de tecnocratas que alimentam a alma com notas de dólar.

Porque somos cidadãos com coragem para defender o que é seu por direito de 40 anos de comunhão artística e caminho conjunto.

Porque - entre duas [contadas] críticas aos termos do texto - tenho recebido consecutivas mensagens de apoio, oferta de ajuda e agradecimento, por parte de bailarinos, coreógrafos, estudantes, músicos, reformados, carteiros, arquitectos, do país e de todo o mundo, enfim... need I say more? [Acabou de chegar - enquanto escrevia este post - mais uma mensagem, não sei se é a número 19 ou 20].

Por tudo isto entregaremos hoje a petição - com mais de 11 000 subscritores - ao CA da Fundação Calouste Gulbenkian. E por tudo isto o endereço na internet continuará activo, porque a onda de repúdio e solidariedade parece estar a dar a volta ao mundo e ainda não terminou.

Contra o "Quero, posso e mando!" Contra as arbitrariedades. Contra a morte de um corpo vivo que dá mais a Portugal que os administradores da Gulbenkian todos juntos. O Ballet Gulbenkian não pertence ao Sr.Rui Vilar nem à Sr.ªTeresa Gouveia. Pertence a todos nós. E nós defendê-lo-emos.

P.S.
Ontem no Público, Teresa Patrício Gouveia afirmava que a extinção do Coro e da Orquestra não está em cima da mesa. Péssimo sinal, já que a mesma administradora utilizou, no mesmo jornal há cerca de três meses, praticamente as mesmas palavras para sossegar quem temia pelo Ballet Gulbenkian. Se é isto que vale a palavra do CA da FCG, é melhor o pessoal começar a arrumar as rabecas, que porta de saída está a abrir-se.

segunda-feira, julho 11, 2005

Um cabrão...

... é a única coisa que me ocorre dizer que este gajo é.


Lars Von Trier

Quem me conhece bem sabe que nutro há vários anos um ódio de estimação por este bicho raro. Ou um amor-ódio, talvez seja mais correcto dizê-lo em face dos últimos desenvolvimentos do affair. Conheço muito poucas pessoas que como eu tenham odiado Breaking the Waves, Os Idiotas e, sacrilégio dos sacrilégios, Dancer in the Dark. Sempre considerei Lars Von Trier um cineasta demasiado frio, calculista, despegado, uma espécie de Big Brother pornográfico das suas actrizes-mártires. Isto não tem nada a ver com génio, técnica ou arte. Era uma questão pessoal, sempre o deixei bem explícito. O facto é que nada nos filmes dele me compensava esta sensação de vazio e martírio oco esventrado e pendurado para exibição. Mas algo mudou.



Ontem, finalmente e com muito atraso, tirei três horas para ver Dogville. E o ódio foi suplantado por um filme extasiante, duro, pateticamente humano, de uma irreal verosimilhança, sarcástico, envolvido.



O já largamente discutido cenário cria sensações extraordinárias de realismo e simbolismo [a primeira violação, no espaço privado de uma casa, é na realidade pública, no genial plano que progressivamente abarca todas as paredes invisíveis de Dogville]. O argumento é embasbacante. A realização... bom, se há coisa que nunca achei foi que por ali faltasse génio. O desaparecimento do narrador corresponde à entrada na secção em que "Dogville bares its teeth", e a humanidade do relato cordial dá lugar à tal porno-frieza que tanto me repugnava, mas desta vez contextualizada de um modo que lhe redobra a força e a subversão.



Só regressa o narrador para o volte-face final. Que eu previra quase a 100% já a meio do filme, num relâmpago que descartei imediatamente por me parecer demasiado idiota. Mas Von Trier pega na minha idiotice e admiravelmente constrói uma grandiosa tragédia final. E, cabrão, filho da puta, coloca-nos a assistir absolutamente insensíveis e até com um sentimento de justiça, à execução de crianças em frente da própria mãe. Mas naquele momento o espectador é Grace. E deseja, ainda antes dela e talvez até mais fervorosamente, a vingança que lhe faça justiça. Sabem o que eu digo? Filho da puta, é o que é, se nas contas emocionais de Dogville, o estraçalhar de sete nojentos bibelots de porcelana doem mais que a morte de sete crianças. Mas tudo nasce da identificação total com a personagem. O que me leva a concluir: ou a minha sensibilidade à pornografia emocional desceu consideravelmente, ou Lars Von Trier saíu finalmente da cadeira de rodas e atirou-se à vida, para o meio das suas marionetas. E o resultado, resumindo e concluindo, deixou-me de queixo caído. Este é um filme absolutamente genial. Tenho dito.

E o Bowie como banda sonora das imagens da América profunda é simplesmente genial [não sei se já usei esta palavra neste texto...]. A chave de ouro, verdadeiramente.

domingo, julho 10, 2005

Encontro de cidadania contra a extinção do Ballet Gulbenkian




Nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, Av.de Berna, 4.ªfeira, 13 de Julho, pelas 19h30.

A divulgar, por favor.

sábado, julho 09, 2005

Ainda sobre o Arrastão

Um luminoso e estival post em O Céu sobre Lisboa.

Brilhante!

sexta-feira, julho 08, 2005

E o absurdo da ganância e do poder pelo poder continua a distribuir os seus frutos de terror...

... de um e de outro lado da barricada. Quando será que o género humano terá vergonha do que destrói e mata?


Picadilly, Dezembro de 1999
Fotografia de Manel da Truta


I'm wandering round and round nowhere to go
I'm lonely in London London is lovely so
I cross the streets without fear
Everybody keeps the way clear
I know I know no one here to say hello
I know they keep the way clear
I am lonely in London without fear
I'm wandering round and round nowhere to go
Oh sunday, monday, autumn pass by me
And people hurry on so pacefully
A group approaches a policeman
He seems so pleased to please them
It's good at least to live and I agree
He seems so pleased at least
And It's so good to live in peace and
Sunday, monday, years and I agree
I choose no face to look at
Choose no way
I just happen to be there
And it's ok
Green grass blue eyes
Gray sky God Bless silent pain
And happiness
I came around to say yes
And I say
While my eyes
Go looking for flying saucers in the sky
While my eyes
Go looking for flying saucers in the sky


Caetano Veloso, London, London

Já ultrapassámos as 9000 assinaturas... and counting.

Queria partilhar convosco que acabo de receber um e-mail da Leonor Figueiredo, do DN, a perguntar há quanto tempo a petição está on-line. Reparou que de manhã até às 15h e qualquer coisa tinha duplicado o número de subscritores.

Recebi também um e-mail de um coreógrafo dominicano, pedindo que se acrescente uma versão inglesa do texto para que mais gente possa compreender e assinar. É significativo que haja já vários subscritores não-portugueses.

Hey, Mr.Vilar! Get the message?!

quinta-feira, julho 07, 2005

Os duplos que trazemos dentro de nós

Jekyll & Hyde, de Fernando Gomes [a partir de R.L.Stevenson]. Estreia amanhã, no Teatro da Comuna, à Praça de Espanha. Quinta a sábado, às 21h30, domingo às 16h, até 28 de Agosto.



E p'ra não variar, mandem-me à merda, se fizerem favor.

Petição contra a Extinção do Ballet Gulbenkian

É favor divulgar o máximo possível, o mais rapidamente possível. Ler e assinar AQUI.

Proposta de texto para a petição contra a extinção do Ballet Gulbenkian

Como público da dança e como portugueses, os abaixo-assinados vêm por este meio manifestar o seu total repúdio pela abrupta extinção do Ballet Gulbenkian – que se sente, na realidade, como um assassínio. É pouco, designar por “extinção” a morte repentina de um agrupamento em pleno vigor, com quarenta anos de história incomparável e seis estreias absolutas previstas para a temporada assim abortada. O nível do Ballet Gulbenkian, sem dúvida uma das melhores companhias de dança moderna da Europa, senão do mundo, nunca teve paralelo no nosso país, e os seus bailarinos e projectos continuavam a crescer e a evoluir. A cada ano de quatro décadas formou públicos e profissionais da dança, marcou percursos, renovou visões, elevou a vivência artística de um público limitado em opções e artisticamente subnutrido. Será que, numa conjuntura como a que vivemos hoje, podemos dar-nos ao luxo de perder tamanha jóia? Com uma vida artística instável e irregular, será justo roubar ao público nacional uma companhia de superação, de sublimação, da melhor arte que nos é dada a apreciar neste país culturalmente catatónico há demasiadas décadas? Será justo para com a memória de Calouste Gulbenkian desbaratar assim tão valioso labor de quarenta anos? Será civilização, cosmopolitanismo, modernidade, destruir o grande agrupamento de dança moderna de um país, sobretudo de um país como o nosso, tão faminto de referências e de uma vida cultural activa e regular?

Não é justo, excelentíssimos senhores. É, na nossa opinião, um crime cultural contra o país. Temos noção de que o BG não é uma instituição pública. Sabemos que a Fundação Calouste Gulbenkian é soberana nesta decisão. Mas quarenta anos de vida – e que vida – tornaram o BG património nacional. E o património nacional, manda a lei, a ética e o bom senso, deve ser defendido. Esta extinção não faz justiça ao Ballet Gulbenkian nem ao seu público. Não faz justiça a Portugal. Nem faz justiça à Fundação Calouste Gulbenkian, grande farol de um país culturalmente tacteante. Pedimos, por isso, que reconsiderem a vossa decisão. Sob pena de ficarem para a história – da FCG e de Portugal – como os carrascos de um membro insubstituível do panorama artístico nacional.


É favor, por e-mail ou na caixa de comentários, deixar opiniões, sugestões, correcções e/ou revisões, para avançarmos com a petição o mais depressa possível. Vamos lá andar com isto, vá!

quarta-feira, julho 06, 2005

Desde a hora do almoço, em que li os pormenores do assassínio do Ballet Gubenkian, que só me apetece chorar...

Alguém sabe fazer aquelas petições na net? Alguém tem outras noções de como podemos agir? Vamos mexer-nos! Nos espectáculos é que é tempo de contemplar, calados e extasiados com uma das melhores companhias do mundo - muito mais do que Lisboa alguma vez mereceu. Agora é tempo de BERRAR!

Não resisto a transcrever este belíssimo trecho do post que a Vemelha já lincou, da autoria da Manamagana:

Dói-me esta extinção abrupta.
Cresce-me uma revolta surda.
Mataram-me parte da vida, das memórias, das aprendizagens.
Morreu uma fatia insubstituível da vida cultural nacional.

E é por isso que me retorna a imagem do anjo moribundo em estertores de revolta e impotência.
O corpo branco, moldado e agonizante, a mancha vermelha no peito a tingir-lhe aos poucos as asas que o impedem de voar.
A negação da liberdade.
O desespero iluminado no palco.

Vamos fazer qualquer coisa!
Ajudem-me a fortalecer o grito de revolta!

Como diz José Saramago, no Memorial do Convento:
"Que os homens são anjos nascidos sem asas, é o que há de mais bonito, nascer sem asas e fazê-las crescer.
Isso mesmo fizémos com o cérebro, se a ele fizémos, a elas faremos."
Quero acreditar nisso!



NÃO PODE SER! QUEREMOS O NOSSO BALLET GULBENKIAN. QUEREMOS A NOSSA LIBERDADE. QUEREMOS AS NOSSAS ASAS!

Pronto, já está.

De hoje em diante é favor tratarem-me por sra. dra. cantora. :) :p

terça-feira, julho 05, 2005

"Sensacionalismo, mediatização...

... erros de jornalismo
manipulação
falsa propaganda
estigmatização
jornal manda, povo acredita
na mentira, na armação
os únicos 500 que estavam
eram a polícia
mas como sempre africanos viraram
manchete, notícia"

ou

O Arrastão que nunca existiu, por Diana Andringa


A ver atentamente. Extremamente interessante, entre todos, o testemunho da presidente da Casa do Brasil. No Brasil o primeiro arrastão, com circunstâncias parecidas com o deste pseudo-acontecimento, mas aparentemente de uma manipulação mais profissional e mais rica em cumplicidades, gorou as expectativas de eleição de uma canditada mulher, negra e favelada. Aqui justificou medos irracionais e xenófobos, racismo desenvergonhado, alarvidades políticas e uma manifestação da extrema-direita que só aceita portugueses com mais de 800 anos, quando acompanhados dos pais.

Anda um cheiro estranho no ar. A mentira, a enxofre, a podre, a facho. Portugal da miscigenação e da solidariedade, se existes realmente, mantém-te alerta!

*visto neste completíssimo post do heterodoxo

Afinal são 56 páginas...

... acho que vou dormir. E tentar não sonhar com as pernas da Marlene Dietrich nem com os becos de Berlim.

Life is a cabaret, old chum! And I love a cabaret!

segunda-feira, julho 04, 2005

A dois dias de terminar a licenciatura e com 47 páginas de Notas de Programa Académicas acabadas de rever, só me ocorre postar isto.



Os gatos são animais domésticos.
É curioso como conseguem ser animais de dentro de casa
e conservar o jeito selvagem de quem é dono de si,
e, portanto, do Mundo.

Os gatos não são animais libertinos.
Não precisam de ser, porque, por tradição genética,
nunca estiveram acorrentados a coisa nenhuma.
Só é libertino quem tem amarras e precisa urgentemente
de se libertar.

Os gatos são animais vadios.
Nascem sem um rumo. Com os gatos é diferente dos
outros animais que se pegam aos donos ou aos ninhos:
são as casas onde habitam que necessitam deles e lhes
pedem a permanência. Eles ficam: não por pena nem por
consideração. Mas porque não têm rumo fixo e por isso
são animais livres - pura e simplesmente podem ficar.

A Joana gosta de gatos.
Sentada, adquiriu o mesmo ar felino. Ouço-a brava,
no centro da sala, aninhada numa manta, a ronronar
sobre as suas predilecções mamíferas. É preciso ter
cuidado com os afectos, porque, no caso dos amores
platónicos, se podem apanhar os trejeitos da cousa
amada. No caso dos outros amores não é preciso ter
tanto cuidado assim, porque, de qualquer maneira,
não duram muito tempo.

Em minha casa há um gato preto.
Sempre houve, porque se achava que os gatos pretos
afastavam o azar. Eu cá acho que não, mas, sabe-se lá, se
calhar, se não tivesse havido gatos pretos, o azar era ainda
maior. É uma coisa semelhante a quando me dizem que
as artes são boas para o equilíbrio emocional, para
a felicidade, etc, etc. Eu cá acho que não, mas, sabe-se lá
se sem as artes não seria ainda pior.

As crianças arregaçam os gatos.
Pegam-lhes pelo ventre e da cinta para cima ficam
cobertas de penugem fofa de fera. Nenhum gato gosta
de ser agarrado como se fosse um objecto de posse.
No entanto, reconhecem o congénere afecto das crianças:
sem posse, por acaso. Por isso são pacientes e deixam-se
prender. Os amores do acaso vêm do magma do instinto
e, de facto, não prendem.

Eu acho que quando os gatos morrem não deviam
ser enterrados.
Quem vive com tanta altivez e desprendimento merece,
no mínimo, ser embalsamado, ou, então, ser alternativa
a um casaco de vison. mas Deus não dorme e há-de
compensar os erros da burocracia e coveirice humana,
sempre tão apressada em apagar quaisquer rastos
de integridade.

Uma vez, a Mãe de uma minha amiga esteve internada
numa clínica para dormir até acordar curada. O que lhe
valeu foi uma gata láctea que todos os dias vinha roçar-se
no corpo de que estava já separada. A Mãe reaprendeu
a espreguiçar-se e a ressentir-se, e acabou por se salvar da
insónia e da cura a que quiseram forçá-la. Os doutores
deviam, pois, reaprender a solidariedade dos instintos,
e, se possível, andar de gatas. Agora, a Mãe da da minha
amiga salva todos os gatos. Já lhe aconteceu desesperar
uma semana à procura do Gato Vivaldi, e continuar grata,
mesmo depois de arranhada por um siamês enraivecido.
Mas entre ela e os gatos ficou, para sempre,
um entendimento superior e um trato de lealdade.
Como se sabe, mas finge-se não se saber, para essas
clínicas só vai gente de coração grande.

Os gatos gostam de caçar pardais.
Fazem quilómetros de rodopios, enfeitiçados pelo feitiço
que se criaram. Quando as garras cravam o último
dos pios, morre o cintilante encantamento e têm
de ambicionar novas penas, novos feitiços. É a única
coisa em que os humanos se lhes assemelham.
Todas as demais virtudes são da exclusiva pertença
do mundo dos felinos.

(...)

O gato é um animal de estimação.
A perspectiva dos homens em relação aos gatos
é a perspectiva dos homens em relação a tudo.
Confirma-se: os gatos têm utilidade. Se nos dedicássemos
a estudar electroencefalogatos iríamos perceber que na
metafísica felina não há lugar para considerações sobre
a necessidade e a utilidade das coisas. Por isso, os gatos
são animais independentes e desinteressados.
Se lhes perguntássemos qual a utilidade dos humanos,
eles iriam responder que sim. Ou que não.

Os gatos passeiam-se pelos telhados.
Eu tenho inveja dos gatos porque também gostava
de me passear por sítios proibidos. Mas eles têm
a propriedade de arquear o corpo e ficar levezinhos,
pois o céu suspende-lhes o peso. O meu Pai diz-me que,
se eu quiser, quando for grande, posso ser gato, mas
que, por enquanto, tenho de continuar a vir à escola.

Em suma, os gatos são animais quadrúpedes.

Elvira Santiago, in Intermezzo