<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5669356\x26blogName\x3dThe+Amazing+Trout+Blog\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dTAN\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://theamazingtroutblog.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://theamazingtroutblog.blogspot.com/\x26vt\x3d7427130160736514488', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

sábado, julho 31, 2004

Alguma coisa há-de acontecer...

Não me apetece mesmo nada escrever, olha-se para isto e fica-se com a alma seca.






Arrábida

A melhor parte

Na SIC, um documentário que mostra o trabalho de um homem que recolhe animais selvagens em risco, os trata e, quando possível, liberta-os. Sinto uma inveja enorme daquela função tão rica e tão generosa, daquela convivência próxima com animais extraordinários e que, geralmente, estão "do outro lado"... Gostava um dia de ter sobre a minha cama, como este homem, um leãzinho de semanas apenas - gato colossal - hoje protegido, mas destinado à liberdade e com a savana a brilhar-lhe nos olhos.

Uma águia-sem-cauda à beira da paralisia devido à ingestão de carne envenenada é recolhida, tratada, marcada com tinta na parte interior da asa. Recebe a última refeição em cativeiro, como que alimentada por um passarão maior que lhe enfia na goela os dedos segurando nacos de carne limpa. A readaptação é sempre difícil, é preciso estar preparado.



E chega o momento da libertação. Por breves momentos as patas roçam o chão e o vôo eleva-se, largo, livre e grato. Olho para o rosto do tratador. Sem dúvida está a pensar o mesmo que eu: vê-la voar inteira... é esta a melhor parte.

Estreia mundial

sexta-feira, julho 30, 2004

O afecto, o que é?

Há duas noites atrás fui até ao Castelo curtir um belo pagode com o meu amado Zeca Baleiro. No meio da deliciosa caldeirada de forró, rock, rap e samba que é a música do Baleiro - Venha provar meu brunch/ Saiba que eu tenho approach/ Na hora do lunch/ Eu ando de ferry-boat - surge-me à frente um rosto que há muito eu não via. Colega de faculdade, outro polo de uma admiração mútua, companheiro-caloiro-palhaço. Saudades sentidas e abraços apertados. Há pessoas que temos de farejar depois de um longo afastamento, outras parece que nunca entraram nem saíram da nossa vida: estão lá e pronto.

Ali ficámos, conversando sobre o que marcou os dois juntos e cada um nos diversos e separados trilhos posteriores, os amigos que ficam no coração e os que se vão perdendo na névoa, que caminho cada um trilha agora, ele num jornal aqui em Lisboa, eu em palcos por onde calha. E sai-lhe assim pela boca fora: - Foi bonito assistir àquela tua indecisão quando acabaste por deixar a faculdade. Estavas indecisa entre a vocação e o afecto.

E assim, dez anos depois, percebi porque chorei tanto quando cá dentro a urgência da escolha se foi impondo. Dez anos depois, percebi por que razão me encontrei a mim mesma no afecto e continuo sempre a acarinhar a vocação.

Dez anos depois, compreendo por que razão há pessoas de quem nunca nos esquecemos.

Ricardo... O afecto, o que é?

quinta-feira, julho 29, 2004

Marketing inteligente

Tinha esta pérola à minha espera na caixa de correio. Aparentemente é roupa de uma pequena marca norte-americana que se implantou em França. Delicioso...



- Laver à la main à l'eau tiède
- Savon doux
- Étendre pour secher
- Ne pas javelliser
- Ne pas secher à la machine
- Ne pas répasser
- Nous sommes desolés que notre president soit un idiot. Nous n'avons pas voté pour lui.

quarta-feira, julho 28, 2004

Sobre a vertigem

Imagem retirada daqui

Estava eu no campo com um amigo e falámos de vertigem: ele ignorava o que isso era.

Fiz-lhe várias demonstrações de vertigem sem obter o menor resultado. O meu amigo não conseguia perceber que angústia podemos sentir ao ver um telhador a trabalhar num telhado. A todos os exemplos que apresentei, o meu amigo encolheu os ombros; o que não era muito educado nem amável.

De repente vi um melro que acabava de pousar na extremidade de um ramo, ramo alto, um muito velho ramo. A sua posição era das mais perigosas... O vento fazia o velho ramo oscilar e o pobre do bicho apertava-o com as suas pequenas mãos crispadas.

Voltei-me, então, para o meu companheiro: - Veja, disse eu, como aquele melro me faz pele de galinha e vertigens. Temos de ir buscar imediatamente um colchão e pô-lo debaixo da árvore, porque o pássaro ainda vai perder o equilíbrio e partir, com certeza, a espinha.

Sabem o que é que o meu companheiro me respondeu?

Com toda a frieza?... Com toda a simplicidade?: - Voce sempre me saíu um pessimista!

Convencer as pessoas não é nada fácil.


Erik Satie, in Memórias de um Amnésico, Trad. Alberto Nunes Sampaio

terça-feira, julho 27, 2004

Este gajo até tem piada...

I'll be candid with you. I had hoped to be back here this week under different circumstances, running for re-election. But you know the old saying: you win some, you lose some. And then there's that little-known third category.

Al Gore

Cinemateca, hoje, às 19h30



Obrigado, patas!

segunda-feira, julho 26, 2004

Pensamento para um dia de praia

Chega aonde tu quiseres, mas goza bem a tua rota.

Jorge Palma

domingo, julho 25, 2004

Ciao, garotas!

Atráis do Banchetto Musicale só não vai quem já morreu!



Boa viagem, Azul e Vermelha! Arrasem com eles!

sexta-feira, julho 23, 2004

Ser e Ter

Uma escola primária de classe única, no coração da França, em Auvergne. Um professor à beira da reforma, senhor de uma calma afectividade e de uma psicologia infantil extraordinária. A amizade, a aprendizagem, as dificuldades, as diferenças, os conflitos, as choradeiras, as gargalhadas, a sala de aula, a natureza, a família, a vida - dura - fora da escola, o tempo, a mudança.

Este menino aqui é o JoJo.

- Ce-là c'est l'in...
- ...dex!
- Et le ma...
- Le majeur!
- Et ça c'est l'auri...
- L'horizontal!
- L'auriculaire, JoJo!
- C'est, c'est l'auriculaire...


É um documentário, é um bocadinho de vida dentro de uma bobine, é o que quiserem. É um filme presente e distante, amoroso, respeitador, silencioso. Está ainda hoje, último dia, no Ávila.


Monsieur le professeur Georges Lopez, Marie, JoJo e Alizée



Sou um instrumentista popular. Tudo o que conheço da música erudita é apenas aquilo que me é exigido por uma cultura geral tão bem fundamentada quanto possível. Sei, isso sim, por experiência própria, que se alguma coisa está por dentro da música, da poesia, da ciência, da cultura, enfim, é a realidade. Se sinto a música de um lado e a realidade do outro, não tenho dúvidas: estou a viver uma falsa música ou uma falsa realidade. Quem poderá ver, alguma vez, a realidade por fora da cultura? Por mim, só consigo ver alguma coisa quando ela me é revelada pela Arte, pela Ciência, pela Política. Não pode esquecer-se que cada uma das obras que sobrevive para além do seu tempo pode transformar-se, nas nossas mãos, num instrumento de descoberta da realidade, em qualquer lugar e em qualquer época.

As forças mais conservadoras que têm ocupado 90% do nosso território e da nossa história, entendem que a realidade deve ser intocável como as vacas sagradas da Índia. Isto, evidentemente, quando essa realidade é do seu inteiro agrado. E creiam: não a vão procurar através da Arte, através da cultura que reduziram à condição de mero objecto de gozo estético, maçadora imposição social ou símbolo de prestígio pessoal. Reconhecem-na nos privilégios e vantagens económicas que por nada deste mundo desejariam perder.

Ora os grandes artistas, e não só, sentem a realidade por dentro da sua arte. E isso ainda seria o menos. O mais importante é que a sentem em movimento, em transformação e se a realidade se transforma será sempre possível corrigi-la ou transformá-la de acordo com as justas aspirações humanas. É o que nos pretendem demonstrar, sem excepção, todos os criadores de cultura.

Compreende-se, assim, que em confronto com a governação retrógrada, os artistas corram, tradicionalmente, em Portugal, o risco de serem isolados, exilados, debilitados pela fome ou queimados na fogueira.

Apesar disso, ninguém pôde impedir que das escolas, liceus e universidades espalhados pelo País, saíssem muitos dos maiores poetas que a nossa língua conhece. Mas foi fácil manter em número caricatamente reduzido a quantidade de salas de concerto e escolas de música, frustrar a coordenação do ensino nos seus graus básico, médio e superior, não ir além de uma ou duas orquestras sinfónicas oficiais para dez milhões de portugueses, deixar a amadores e a semiprofissionais o encargo de formar os nossos agrupamentos orais mais importantes, desprestigiar, por mil e uma formas, a profissão de músico, uma vez que tudo isto e o muito que seria necessário fazer dependem do poder administrativo e do programa que defendem.

Pelo que aqui deixamos dito, bem correcto teria sido afirmar, da minha parte, com a mais profunda convicção: é difícil ser-se Poeta, em Portugal, mas muito, muitíssimo, mais difícil é ser-se Músico.


Carlos Paredes, in Jornal de Letras, 15 de Setembro de 1981

quinta-feira, julho 22, 2004

Parabéns, Tareco!

É verdade. Nem tudo são más notícias. Já tínhamos reparado que aparentemente o Gato andava a afiar as garras, mas hoje encontrei a confirmação oficial. Agradecidos, Jorge Sampaio. Alguma coisa boa a tua decisão havia de trazer, caramba!

O blog Gato Fedorento fez um ano há uns meses. A blogosfera em peso, connosco à cabeça, teve a sensatez de ignorar a data. A razão é evidente: a um começo vigoroso, em Abril do ano passado, seguiu-se um período em que outros projectos condenaram esta página ao abandono. Até que, hoje, Santana Lopes foi indigitado como primeiro-ministro. Confesso que estive presente em manifestações contra o homem – mas a contragosto: para quem escreve textos humorísticos, esta era, sem dúvida nenhuma, a melhor solução. Não se surpreendam, portanto, se o blog retomar a actividade dos primeiros tempos. Que diabo, Santana Lopes está no poder. Alguns posts escrevem-se praticamente sozinhos.
Até já. RAP

Lição de vida II

Nem de propósito, o AdC postou este trecho da Conta-Corrente de Vergílio Ferreira. Extraordinário.

Lição de vida

Oiço a conversa de dois velhotes, no metro. Um deles, queixando-se da vida e da velhice, diz:
"não há nada mais triste do que perder o sentido da realidade."
Responde-lhe o outro:
"pois eu acho que não há nada mais triste do que perder o sentido de humor."

Eu bem dizia(*)...

...nunca se deve confiar num homem com bigode!


(*) - post de 15 de Março, algures por aqui.

quarta-feira, julho 21, 2004

Azul, tem calma! Tu não percebes é nada de casamentos. Uh-huh... Mm-hmmm...

It's the little things we do together
Do together
Do together
That make perfect relationships
The hobbies you pursue together
Savings you accrue together
Looks you misconstrue together
That make marriage a joy
Mm-hmm...

It's the little things you share together
Swear together
Wear together
That make perfect relationships
It's concerts you enjoy together
Neighbours you annoy together
Children you destroy together
That keep marriage intact

It's not so hard to be married
When two manouver as one
It's not so hard to be married
And, Jesus Christ, is it fun!

It's sharing little winks together
Drinks together
Kinks together
That make marriage a joy
It's bargains that you shop together
Cigarettes you stop together
Clothing that you swap together
That make perfect relationships
Uh-huh...
Mm-hmm...

It's not talk of God and the decade ahead
That allows you to get through the worst
It's "I do"
And "You don't"
And "Nobody said that"
And "Who brought the subject up first?"

It's the little things
The little things
The little things
The little things

The little ways you try together
Cry together
Lie together
That make perfect relationships
Becoming a cliché together
Growing old and gray together
Withering away together
That make marriage a joy

It's not so hard to be married
It's much the cleanest of crimes
It's not so hard to be married
I've done it three or four times!

It's people that you hate together
Bait together
Date together
That make marriage a joy
It's things like using force together
Shouting 'till you're hoarse together
Getting a divorce together
That make perfect relationships

Uh-huh...
Kiss, kiss...
Mm-hmmm...


Stephen Sondheim, Company [e Sondai-me, Sondheim!]

terça-feira, julho 20, 2004

Sugestão de Campanha de Civilização dos Automobilistas

Há o spot da mãe do Hugo, que ia para o karaté e foi atropelado numa passadeira por um camião. Moral da história: é melhor parar por aqui, parar, escutar e olhar. Pergunta: mesmo quando os automóveis vêm a 90 e não se vêem chegar? Há o spot da filha do António, que não pode crer que o pai "já tenha falecido" [faz-me lembrar aquela já antiga que dizia que a vida se desmoronara como um castelo de cartas, a malta curte é eufemismos]. Pergunta: mesmo quando alguém parou para nos dar passagem e quando chegamos a meio da passadeira nos passa por cima um xico-esperto que acha que o da frente parou porque não tem mais nada que fazer? Ou a responsabilidade de cada um não interessa para o caso?

Pois é, como sou daqueles doidos que - por também conduzir - confia na própria capacidade de avaliar o perigo de obrigar um automobilista, perdão, um dono da rua a parar numa passadeira, esta campanha incomoda-me. E assusta-me. Por isso cá vai um texto alternativo.

Voz off: Esta é a Maria, filha do Gervásio.

Maria: O meu pai ensinou-me muita coisa. Sempre o admirei muito e sempre fez parte da minha vida. Até que atropelou um miúdo numa passadeira. Vinha depressa demais para parar, disse ele ao juiz. E o juiz respondeu-lhe que, estando as passadeiras perfeitamente sinalizadas e conhecendo o condutor o código da estrada, a responsabilidade de vir à velocidade que lhe permitisse parar numa passadeira era, obviamente, dele e só dele. A mãe do miúdo perdeu o filho. Eu perdi o meu pai, que por egoísmo e negligência matou uma criança. Ainda me custa a crer que ele seja um assassino. Eu acho que ele aprendeu a lição, só que à custa de uma vida...

Então, é demagógico o suficiente para a Escola de Pensamento que nos guia actualmente ou será que ainda precisa de alguns retoques?

Dúvida socio-existencial

Alguém tem a bondade de me explicar por que raio a campanha É melhor parar por aqui, da Prevenção Rodoviária Portuguesa, está a explicar a toda a gente que as passadeiras são um local em que os automobilistas param se quiserem e se te armares a defender o teu direito de peão - e pardon my portuguese - quem se fode és tu?

O AdC tem razão...

... este é um sítio deslumbrante.

sábado, julho 17, 2004

Ó Vermelha, então tu não sabes quem é o Fagundes?




sexta-feira, julho 16, 2004

Pensamentos à hora de almoço

Embirro um bocado com as pessoas que pedem salada de fruta e a seguir passam horas a empurrar os pedacinhos de kiwi para os lados.

quinta-feira, julho 15, 2004

Nós também aderimos: o Nuno foi Truta Por Um Dia

No seguimento de uma discussão sobre aquele senhor que elegemos para Belém, o nosso compincha Nuno presenteou-nos com uma sequência de salmonetes que valem bem um post. Então cá vai um sinal de que a economia afinal foi inventada pelos homens...

A política de austeridade de que tanto se fala apenas veio aumentar o défice. É verdade que ainda estamos no curto prazo, mas as teorias keynesianas da terapia de choque já são olhadas com bastante suspeição pela generalidade dos economistas.

Todos nos lembramos, seguramente, do "choque fiscal" e de quais os efeitos propagandeados pelo PSD durante a campanha. Só por esse exemplo pode ver-se que mesmo aqueles que defendem agora a austeridade já defenderam também os argumentos contrários. Em Economia, e particularmente na área de Desenvolvimento, o ponto de partida é o que define a validade/eficiência de uma estratégia.

Eu tenho poucas dúvidas que o PSD aprofundou a crise deliberadamente. Segundo a teoria dos ciclos eleitorais é relativamente fácil manipular um eleitorado pouco informado (aqui tenho de simplificar) através da redução da despesa pós-eleições para permitir aumentos da despesa antes das eleições. Assim, antes das eleições as coisas estariam aparentemente a melhorar, melhorando a imagem do Governo aos olhos dos eleitores.

Qual o risco? O aumento da despesa na segunda parte do mandato pode ser entendido pelo eleitorado como hipócrita, após tanto discurso de seriedade, ou seja, poderia ser a morte política de Durão Barroso.

Solução: Entra um candidato populista, que pouco depois de entrar começará a dizer que a situação já estabilizou (relativamente ao ponto de partida) e é altura do "choque fiscal" ou de aumento da despesa. Assim, ele não é visto como hipócrita (pois não passou dois anos com o discurso da austeridade) e melhorarará artificialmente o desempenho da economia para chegar às eleições em crescimento (tão artificial como o de Guterres e, arrisco dizê-lo, menor dada a diferença de expectativas). Assim Durão ainda voltará um dia para se candidatar à presidência com uma imagem de seriedade e firmeza que, na minha opinião, é quase o oposto dele.

PSL ainda não se apercebeu que caso as coisas corram mal ele será o bode expiatório dentro do PSD e recairá sobre ele a culpa de todos os males do mundo. Durão sai intocável e deixa Sampaio (por não fazer aquilo que disse - garantir a continuação das políticas de Durão) e o PSL como os vilões desta situação.


Se as coisas correrem bem, Durão recolherá os louros pois virá dizer que PSL seguiu o programa "dele", que já contemplava a viragem da política económica no momento certo.



Está tudo previsto, senhores, tudo previsto. Giro giro era se ele não conseguisse convencer o PSE e voltasse com a mala de cartão...

Hoje o Manel pôs uma bandelete com hastes e anda a pastar por aqui...

quarta-feira, julho 14, 2004

Percursos


Fotografia de Laranja

Os navios existem, e existe o teu rosto
encostado ao rosto dos navios.
Sem nenhum destino flutuam nas cidades,
partem no vento, regressam nos rios.


Eugénio de Andrade, «As palavras interditas»

terça-feira, julho 13, 2004

Cinquenta anos depois de Frida

Nem mais!

Que tipo de pessoa chora quando está a condecorar jogadores de futebol mas não verte uma única lágrima quando condena dez milhões de almas a serem governadas por Santana Lopes?
RAP, in Gato Fedorento

segunda-feira, julho 12, 2004

Traição II

Uma das teorias que mais tenho ouvido é a de que a partir do momento em que Jorge Sampaio assumiu a Presidência da República, deixou de ser o candidato da esquerda para ser o Presidente de Todos os Portugueses - o que eu gosto desta expressão, da sua imponência, da sua pretensão de ecumenismo, do espaço balofo da mentira que encerra.

O que devemos depreender desta frase? Que quando um político faz uma escolha de valores e ideários, de percurso e de partido, o faz apenas por formalidade e que os valores que defendeu até à Presidência se desvanecem e deixam de fazer parte da sua personalidade política, razão primeira da sua eleição? Ou que temos de começar a fazer contas de cabeça, do género: este é progressista, de esquerda, ou seja, para provar que é o Presidente de Todos os Portugueses vai compactuar com a direita, e vice-versa? Eh pá, já podiam ter avisado, nas próximas eleições voto no Cavaco.

Não. Elegemos uma pessoa, uma figura política, com valores e ideais e esperamos que ele, com base nesses valores e ideiais, possa ajudar a equilibrar a vida política com toda a isenção face a todos os partidos - os que o apoiaram e os que não o apoiaram. Ora, Jorge Sampaio não foi idóneo com qualquer dos quadrantes da sociedade portuguesa, cedendo a uma negociata ao invés de deixar nas mãos dos portugueses a decisão de perpetuar a situação ou mostrar a sua insatisfação. Estamos face a um governo com demasiados tiques familiares e de triste memória - que dizer da dança de influências e de lugares de chefia, das incongruências terceiro-mundistas no que toca à contenção económica, nos boicotes a todas as comissões parlamentares de investigação aos sucessivos casos mal-explicados? Estamos face a uma coligação que ao primeiro sufrágio sofre uma estrondosa e histórica derrota - deixando o sinal de que a maioria dos eleitores já não se identifica com ela. Estamos face a um governo que já ao fim de dois anos se arrasta e arrasta o país. Que penaliza as populações e beneficia quem as explora. Se não são os valores democráticos que estão em causa, não sei o que estará.

Os portugueses não queriam esta solução, a maioria dos partidos assim como a maioria do Conselho de Estado. Tenho diversos amigos que votaram PSD, melhor, votaram no Durão Barroso, e estão tão revoltados com esta decisão do PR como eu. Abrimos um péssimo precedente. Só nas ditaduras as eleições são sinónimo de instabilidade. Já o disse antes, as democracias sabem bem o que valem as urnas.

Jorge Sampaio traíu. Traíu a democracia, traíu os portugueses que nele ainda depositavam alguma esperança de coragem e clarividência. Mas acima de tudo traíu-se a si mesmo e aos seus próprios valores.

Imagino que não tenha tido noites muito serenas ultimamente... Eu no seu lugar não conseguiria pregar olho.


Roubado ao Miguel

Errata

Santana Lopes, ontem, em entrevista à SIC: “Prometo aos portugueses que me vou empenhar”.
Deve ter sido da excitação, tenho a certeza que ele quis dizer: “Prometo aos portugueses que os vou empenhar”.

sábado, julho 10, 2004

Traição

Nem sei que vos diga... que foi o cúmulo da decepção, que o Jorge Sampaio perdeu todo o meu respeito político - que já andava um bocado por baixo, diga-se - e que, curto e grosso, traíu a democracia e os portugueses que ainda viam nele um fiel da balança.

Não está em causa a legalidade da decisão, obviamente, mas para viver de tecnicalidades e esquecer com que pressupostos foi eleito não precisamos de um Presidente da República, bastava-nos um computador.

Estou triste, desiludido. Mas cheio de vontade de lutar.

Quando é que vamos para a rua, mostrar que este país é nosso e não dos grupelhos políticos e económicos que de nós se alimentam?

sexta-feira, julho 09, 2004

A boca é mais bela que o casse-têtes




Lisboa, 8 de Julho de 2004

E vamos percebendo que é por nós que a mudança espera...

Finalmente um teste realmente importante

e que me define como deve ser!


You're the life of the party. You dance and sing, get up and do your thing... People want to be you. People want to have sex with you. You are inspired by the famous hollywood icons and embody everything about them. You have a very bountiful social life and love living it. You make the rules but remember, you're still just a kid at heart. And when life gets you down, strike a pose!

Take the Which Madonna Video Are You quiz.

Roxo

Conforme prometido, as Trutas também aderiram ao BEIJAÇO.
Pelo fim do preconceito.


Azul e Vermelha, fotografia de Laranja

quinta-feira, julho 08, 2004

Se não nos fazes a vontade, fazemos-te uma espera

PSD e CDS preparam frente anti-Sampaio em caso de eleições.


Gosto especialmente desta passagem: "Tanto o PSD como o CDS defendem - e ontem à noite Santana deixou isso vincado - que os mandatos de quatro anos são para cumprir e, se houver eleições antecipadas, Sampaio será o culpado por travar a acção do Governo." Isto intriga-me profundamente... que parte de "os mandatos de quatro anos são para cumprir" é que o PSD e o CDS não perceberam?

quarta-feira, julho 07, 2004

Beijo! Beijo! Beijo!

Pelo direito de tod@s a namorar nos jardins públicos da cidade.
Amanhã, dia 8, pelas 18h, no Parque Eduardo VII, um "BEIJAÇO" de protesto. Mais pormenores nas miúdas Cacaos e nas Renas.

Uma vez que nem todas as Trutas podem ir, aqui fica o nosso BEIJO!

Apocalypse Now

A revista MSN (da Microsoft) recomenda o uso do browser da Mozilla em vez do Internet Explorer. Se juntarmos a isto o facto de ter o Santana Lopes como Primeiro-Ministro, acho que já nos podemos despedir da civilização, tal como a conhecemos.

terça-feira, julho 06, 2004

Um quarto de hotel

É igual a todos os outros. Ou melhor, tem uma pequena marca interior - uma bela fotografia do espectáculo A maçã no escuro, sobre texto de Clarisse Lispector. A imagem é bonita e graças ao amplo enquadramento até consigo esquecer-me de que estão ali a Catarina Furtado e o Paulo Pires.

Mas as marcas para mim verdadeiramente distintivas deste quarto são-lhe exteriores. À porta um grande plano de Luís Madureira no belíssimo recital encenado por Giorgio Barberi Corsetti, Chansons de femmes. E para lá da janela, o Porto. São Bento, os Aliados, os Clérigos, a Sé, a Ribeira afundando-se no vale e logo as caves de Gaia. E o sol a descer sobre tudo isto. O unhappy end do emocionante filme do Europeu é pretexto para que os telejornais falem de nada senão de futebol. Eu olho pela janela, deliciada e feliz. Felizmente, para este sol as únicas bolas relevantes são de fogo.

Só dois companheiros avisto na plateia deste espectáculo, se excluir as gaivotas que me sobrevoam na sua estridente inquietude: um jovem gato contemplativo e Vímara Peres. Desgraçadamente, penso eu, o cavaleiro de bronze tem as costas voltadas para o sol. Penso mal. De onde está vê-o nascer todas as madrugadas. Boa escolha, se vais ser de bronze sine die, melhor que o sejas encarando sucessivas auroras que repetidos crespúsculos.

...Mas nunca verás, como eu, os Clérigos afogados neste laranja. Eu sempre posso decidir esperar pelos primeiros passos do dia.

Mercure Batalha, Porto

P.S.I
E agora a noite, a cidade linda cheia de pequenas luzes amarelas. Boa noite.

P.S.II
E agora fogos de artifício por detrás dos Clérigos. Hmmmm, realmente este não é o forte da inbicta, não senhor...

Portugal



Fotografia de Laranja

domingo, julho 04, 2004

Os teus olhos

Linda
como em todas as fotografias que te conheço
esse ar de beldade aristocrata de peneira em punho
joeirando o grão e o joio das heranças que assim te formaram
Os olhos sábios
é tão antiga esta imagem, tão nova que eras, pensar que te foste já com 84 anos e os mesmos olhos, Sophia, os teus olhos
esses olhos sábios que sempre contrariaram a pele limpa de sulcos e tempo
a juventude
e a sensualidade que nunca entendi se os convencionais cabelos protegiam ou expunham
por escandalosa oposição
Esses olhos generosos e devoradores
e sábios

Os mesmos olhos, Sophia
os teus olhos

quinta-feira, julho 01, 2004

Obrigado, Arranha!

Um ciber muito sui generis, na Passos Manuel. Sou atendido sempre com um sorriso, navego barato, descansado e embalado por N*E*R*D e David Byrne... melhor que isto só mesmo em casa. Se esquecermos aquela parte do barato, claro.

Curto o Puorto, carago!

Supremo Considera Recusa de Sexo como Atenuante de Homicídio

Assim, meus amigos, sem tirar nem pôr. Mas que merda de país é este em que uma mulher repetidamente ameaçada, agredida e insultada pelo marido frente aos filhos - e por fim morta frente ao filho de cinco anos - é considerada em falta por se recusar a ter relações sexuais?!!! Como é que isto é possível, senhores, como???!!

Vergonha e nojo. Se não pensar em futebóis, neste momento só sinto vergonha e nojo.

Pessoas




Fotografias de Laranja